nosso jogo

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Pov Peggy

Naquela manhã, havia acordado um pouco mais tarde que o de costume, sabia disso pois Natasha ja não estava mais na cama, a algumas semanas eu diria que isso e completamente normal, ja que como policial, muita das vezes ela saia muito cedo de casa e voltava muito tarde, mas após a chegada de S/n, e consequentemente o tempo longe do trabalho, Natasha não acordava tão cedo como o de costume, se levantando entre 7-8 da manhã

sabendo que nesse sentido ja deveria ser mais de 8 da manhã, me levantei indo preguiçosamente ao banheiro, afim de tomar um banho para acordar de vez, me demorei mais que de costume, os planos para o dia de hoje eram diferentes e diferente da minha rotina diária não estava com muita pressa, levando em conta que Natasha ja haveria feito o café teria tempo de sobra para cuidar das minhas plantas antes de sair

enrolada em uma toalha, voltei ao quarto separando duas trocas de roupas, para que eu pudesse ir ao jardim e a roupa que usava de costume para ir ao trabalho, andava um pouco mais cuidadosa do que o normal, talvez mais observadora, mas tudo parecia calmo, tão calmo que nem parecia ter uma criança de 8 anos em casa, não que S/n fosse o tipo de fazer barulho, ao menos não quando ela não queria

arrumei meu cabelo, apenas penteando ele com a escova após secar eles, que acabaram ficando meio úmidos mas como ficaria em baixo do sol logo estariam secos, descendo as escadas pude finalmente ouvir os sons que me mostravam que não havia apenas eu naquela casa, a cena a minha frente era agradável, uma cena que em outras circunstancias me tiraria sorrisos, Natasha e S/n faziam algum tipo de massa juntas, as panelas no fogão mostravam que elas ja haviam tomado café, as duas riam enquanto S/n, que tinha a ponta do nariz suja de farinha, tentava passar a mão branca sobre o rosto de Natasha

seria uma cena que deixaria o coração de Peggy aquecido em outras circunstancias, que faria ela pensar que elas finalmente tinham a família que tanto sonharam, então ela puxou, do fundo de sua mente, o melhor sorriso que poderia dar para cena, enquanto descia os últimos degraus da escada chamando a atenção das duas

P - bom dia - me aproximo de Natasha, pousando as mãos em suas bochechas fazendo questão de dar um beijo demorado em seus lábios, em seguida sorrindo para S/n que mexia com um ar um tanto agressivo na massa, mas que com certeza ninguém repararia - o que as mulheres da minha vida estão fazendo? - dou a volta no balcão, me aproximando de S/n e dando um beijo apertado em sua bochecha, que ignora minha pergunta

N - biscoitos, ao menos tentando - Natasha ri limpando as mãos para mexer no seu celular enquanto lia algo sobre a receita

uma vez, não tenho certeza onde, eu diria que em um livro mas realmente não tinha muito tempo livre para lê-los, mas me lembro de ter ouvido uma frase, que muitas vezes, não enxergamos o que esta diante de nos, bem a nossa frente, mas para enxergar, tem que saber o que esta procurando, e após saber, não conseguirá mais parar de vê-lo, era algum tipo de metáfora, que na época se referia a relacionamentos abusivos, como se fechássemos os olhos para algo que sabíamos que estava lá, que era errado, mas após abrir os olhos novamente, seriamos incapaz de camuflar novamente

P - tenho certeza que ficarão deliciosos - não que fosse correr o risco de comer algum - eu vou até o jardim, vou sair mais cedo para o trabalho e quero cuidar um pouco das flores antes de ir - dei mais um beijo em Natasha antes de sair, me perguntava se seria seguro deixa-las ali a sós, mas no fundo eu sabia, que o problema era unicamente meu

me demorei o quanto pude no jardim, cuidando de cada plantinha do jeito que deveria ser tratada, eu me lembro de que minha mãe dizia, que as plantas, assim como os humanos sentiam, que ela me contava a historia, de uma moça, que todos os dias falava com suas plantas, e tratava uma delas com palavras de afeto, carinho e a quantidade correta de agua e luz todos os dias, enquanto a outra, ela desprezava, com palavras ruins e raiva, mas assim como a primeira planta, ela receberá a quantidade correta de luz e agua, mas no fim, mesmo que as duas tenham recebido a mesma quantidade do que se era preciso para florescerem bem e saudável, uma das plantas murchou, aquela que sempre foi tratada mal

Minha MamãeOnde histórias criam vida. Descubra agora