Fadada a carregar uma herança de família após uma tragédia, Agnes Howe é uma bruxa da qual teve que se adaptar ao Reino do Sonhar para escapar de um destino cruel.
Convivendo com diferentes seres místicos, incluindo o Sonho dos Perpétuos, a jovem a...
Hob Gadling esperava pelo homem que lhe encontrava desde 1389 no mesmo local, a cada cem anos, e pela primeira vez se encontrava ansioso para ver se seu amigo iria.
Justamente porque na última vez, o homem não concordava que era seu amigo e tiveram uma discussão acalorada no meio da chuva.
Agora ali estava ele, quase no fim do dia e nenhum sinal do homem.
Pelo visto não somos mesmo amigos, Hob pensou.
Pagando a conta da velha taverna que logo seria desfeita, e fazendo uma nota mental de que pensaria naquela questão novamente, o imortal passou pela porta e antes que voltasse para o seu carro, ouviu uma voz lhe chamando.
— Senhor Hob Gadling?
Hob notou que se tratava de uma jovem, bonita ele tinha que reconhecer, usando um conjunto social e havendo uma pose de poder que lhe lembrava o homem misterioso que se encontrava, mas diferentemente dele, ela era mais suave e com feições mais maleáveis para abrir sorrisos.
— Sou eu, e você seria?
— Agnes Howe. Eu ouvi muito falar de você, ou ao menos, sei quem você é e o tempo que frequenta este lugar.
Hob estreitou os olhos.
— Você não seria a Morte? Seria?
— Oh não, nem de longe. Só temos um amigo em comum, embora eu saiba que ele disse não ser seu amigo.
— Você o conhece?
— Sim. Podemos conversar em algum lugar sem tantos ouvidos?
Por alguns instantes, Hob podia ter tido a impressão de que havia visto uma auréola com as fases da lua em torno da jovem, que desapareceu assim que ele piscou os olhos.
— Ah, claro. Poderia me acompanhar por favor?
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Assim que adentraram na casa do imortal, Agnes notou o quanto era simples e ao mesmo tempo, carregava uma história nas paredes com objetos que ela sabia serem relíquias, especialmente alguns mais velhos do que ela.
— Aceita algo?
— Não, apenas uma conversa franca sobre porque Morpheus não foi hoje.
— Esse é o nome dele? — a resposta veio com uma confirmação da garota e um pedido silencioso de Hob para que ela sentasse no sofá — Não sabia, em todos estes anos.
— Imaginei que não, e como conheço um pouco da peça, achei melhor lhe dizer. Poderia me dizer como vocês se conheceram?
— Bom. Eu estava um dia, há centenas de anos atrás, falando sobre não morrer e tudo mais, posteriormente a isso, ele chegou meio que desafiando a encontrá-lo dali a cem anos, na taverna, e a cada centenário nesta mesma data, nos encontramos até a briga do século passado.
Agnes assentiu, lembrando do episódio do qual Morpheus ficou furioso e descontou no reino.
— Sinto muito pelo temperamento dele, Morpheus não é fácil de lidar.
— É legal, sabe? Encontrar e falar sobre as mudanças do mundo, mas depois da briga, imagino que ele não vai mais querer ver minha cara.
— O motivo da ausência dele não tem nada haver com você, pelo contrário, ele sentiu que hoje era o dia de vocês se encontrarem.
— E como você sabe disso?
Naquele momento, Hob notou que o olhar de Agnes havia mudado e era como se as fases da lua passassem por eles.
— Porque eu sinto. Estamos conectados, e somos casados, ou algo relacionado a isso.
— Como assim? Então você é com ele?
— Eu sou uma bruxa, ou melhor, Portadora da Magia e mais outros títulos que não vêem ao caso.
— Espera, magia?
Agnes assentiu.
— Espero que tenha tempo, a história é meio longa.
Hob concordou e disse:
— Sou todo ouvidos.
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POV MORPHEUS
Eu estava acostumado com o silêncio de minha mente depois de tantos anos com os humanos, preso dentro da jaula de vidro. E mesmo que minha mente imortal fizesse questão de lembrar certos momentos que observei na prisão, tive a percepção de um mundo mais amplo depois de um dia de eclipse.
E eu sabia que era Agnes. Eu sabia que era a sua mente e que ela quebrou barreiras feitas há séculos antes, quando ainda não era o que era.
Eu podia senti-la em tudo o que ela fazia, tudo o que ela experimentava em algum lugar fora do meu reino.
Suas alegrias, dores e até, amores.
Estávamos ligados pela eternidade, e nem mesmo eu ou alguém da minha família poderia reverter isso.
Observei o cômodo que estava aprisionado e fechei os olhos, pensando se algum dia ela me perdoaria pelo o que disse quando a expulsei de meu reino, mesmo sabendo no fundo de que não merecia sua misericórdia ou sua fúria.
Mas ainda tinha esperança de que ela me perdoaria, mesmo que levasse mil ou mais anos.
E eu esperaria pacientemente por essa ação.
•─⊱🌙⊰─•
Notas da autora:Hey pessoal, como estão?
E assim acabamos a segunda fase com um ponto de vista (ou seria pensamentos) do Morpheus, o que acharam? Ele merece perdão?
Agnes está vestindo looks mais modernos, e o de hoje foi esse:
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Me digam o que estão achando, quero saber de tudo!
Eu fiz um vídeo no tiktok com todos os looks que a Agnes usou, tanto os que mostrei como os que eu imaginei, o link tá lá no meu mural quem quiser dar uma força 💛
