Os Mortos Nunca Mentem
Rogério chegou até a sala de autópsias, onde o legista e sua assistente, os aguardavam com o corpo da garota Isabel. Uma sala iluminada por uma luz fria, assim como o ambiente. As paredes forradas por um azulejo azul claro e o piso antiaderente de um tom terracota, completavam o cenário.A mesa onde jazia a jovem estava no centro da sala, iluminada por uma luz, vinda de um lustre metálico. O corpo estava descoberto, mas respeitosamente protegido por duas peças de tecido branco.
— Olá detetive! Sou doutor Jonas e esta é minha assistente Rosa.
Olhou por sobre o ombro dele:
— Eu esperava dois de vocês.
— Prazer, doutor. Sou Rogério Alencar. Meu parceiro foi até os pais da garota, para dar a triste notícia.
— É lamentável ter que dar uma notícia como esta, realmente. Mas alguém precisa fazer este trabalho. Assim como eu, preciso ajudar vocês a descobrir o que aconteceu com a jovem.
— De fato, doutor. Não como gostaríamos, mas enfim!
Olhou na direção do corpo.
— O que o senhor pode me adiantar?
O médico pegou a planilha que sua assistente lhe alcançava, onde um desenho simples de corpo humano estava marcado com círculos e detalhes técnicos. O médico se aproximou do corpo, chamando Rogério para ir explicando o que descobrira.
— Sabe detetive, os mortos nunca mentem e nos dizem o que lhes aconteceu. — Percebeu o olhar confuso do detetive.
— Sobre suas mortes. Se souber ouvi-los, saberemos o que houve.
Rogério olhou para o médico, mas nada disse para não o fazer perder a linha de raciocínio.
— Olhe este hematoma na testa, por exemplo. Existe um maior e mais contundente que está no lobo frontal direito da jovem.
Usando luva, ia mostrando os hematomas:
— O primeiro, com certeza absoluta certeza que foi algum galho, cortando seu supercilio. Recolhemos alguns micro-pedaços de galho seco. Agora, o maior, creio que foram feitos pela queda e algo pontiagudo, mas não afiado, provocando o corte, levando à uma hemorragia interna.
— Então, podemos adiantar que ela foi atacada. Isto que provocou a sua morte? — Se inclinou mais para ver de perto.
— Calma policial. Ainda não acabei. Vê esta marca no pescoço? Foi feita antes dela morrer.
Rogério olhou, incrédulo:
— O senhor está me dizendo que, quem matou a menina, tentou esgana-la?
— Foi o corpo que me disse. Mas, ainda preciso verificar com mais cuidado.
— Por que? Onde estão suas dúvidas? — Perguntou ainda olhando aquela marca na traqueia dela.
— A marca foi feita por mãos pequenas. — Sorriu.
— Alguém muito jovem ou...?
— Possivelmente por uma mulher. — Concluiu.
Se afastou um pouco, indo até os joelhos da Isabel e mostrou as esfoliações e cortes, em ambos.
— Estas marcas, foram feitas bem antes dela morrer. — Pegou as mãos dela, mostrando para Rogério. — E veja as palmas das mãos
— Estão esfoladas, assim como os joelhos.
Olhou diretamente para o legista:
— Seria marcas de proteção? O solo estava bem escorregadio.
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SEGREDOS
Mystery / Thriller🥇 primeiro lugar concurso Bueno Designer categoria suspense/mistério 🥉 terceiro lugar Concurso Literário Fênix categoria Mistério/Suspense 🥇 primeiro lugar concurso Cósmico 2° edição categoria suspense -ˋˏ ༻✿༺ ˎˊ- Você já ouvi...