Um Silêncio Velado
Havia quatro salas de interrogatório e em três delas, estava um dos garotos com seus pais e os Palmas na quarta sala. Meg estava aguardando em uma destas salas, acompanhada de seus pais. Ela olhava em direção ao espelho enorme que ficava próximo a elas.— O que está olhando, filha? — Disse seu pai.
— O espelho, pai.
— O que tem ele? Que está todo sujo? — Falou Neusa Costha, nervosa por estar naquela sala fria.
— Na verdade, mamãe é um espelho falso. Deve ter policiais agora mesmo nos observando, para saber o que conversamos e olha lá em cima — Apontou para uma câmera no canto da parede. — Estamos sendo filmadas. Eu já vi muito filme policial e sei bem como tudo funciona, mãe.
Neusa Costha olhou assustada para seu marido, que preferia ficar alheio a tudo aquilo. Sua filha olhava na direção da câmera, como se estivesse numa encenação e não suspeita de um crime. Neusa olhou em seguida para onde ela apontava. Havia mesmo uma câmera discreta, entre as duas paredes de cor cinza e ela se surpreendeu com a filha.
A pequena câmera passaria despercebida, caso não olhassem para cima e como suspeitos tendem sempre olhar para baixo evitando ter contato visual, olham para o chão ou para suas mãos. A psicologia criminal sabe disto e, geralmente, não percebem que estão sendo filmados e posteriormente serão analisados.
Exceto um psicopata.
De repente a porta se abre e Amadeo entra sorrindo com a mesma pasta nas mãos, fechando a porta e se aproximando dos três.
— Olá, Megan? Senhor e senhora Costha? — Falou, assim que sentou em frente aos três.
— Por que estamos aqui, policial? Estávamos numa reunião na igreja! — Disse Osvaldo.
— Sim, eu sei. Queremos interrogar a sua filha. Se quiserem, podem sair. — Largou uma pasta do caso, em frente a eles.
— Pode ir, mãe. Papai? Pode sair também. — Disse Megan, mordendo o canto da boca.
Ele a olhou e percebeu que, apesar do aparente nervosismo, não havia vida naqueles olhos verdes escuros. Respirou fundo, dando um tempo para que um deles se manifestasse. Abriu o arquivo e expôs as mesmas fotos que mostrou para Pedro. Os três olharam, causando exclamações de susto e asco.
— O que o quer provar com isto, detetive?! — Osvaldo bateu na mesa. — Minha filha era a melhor amiga dessa menina! Vou processar todos vocês! — Disse, furioso.
— Isto é uma afronta! Não vou deixar que que façam isto com minha filha! — Neusa olhava para o investigador, totalmente alterada.
Amadeo, cruzou os braços no peito, esperando que se calassem.
— Posso continuar, senhores? — Virou-se para a garota ruiva. — Então, Megan? Horrível o que aconteceu, não?
— Isa... — Choramingou, alisando a foto com o indicador. — Ela sofreu muito, investigador?
— Megan, me diga uma coisa. — Falou, ignorando a pergunta da ruiva. — Você estava com os outros, na quadra de skate, aguardando a chegada dela?
— Sim. Eu estava com Quim e B. A gente sempre se encontrava todas as sextas.
— E, depois foram todos para a casa, assim que souberam que ela não se encontrava em casa?
— Isto mesmo! Posso ir embora agora? — Disse, esfregando as mãos.
— Daqui a pouco. — Pegou uma foto de dentro do arquivo. — Megan, este brinco. — Falou, mostrando a foto do brinco achado no local, por Rogério. — Você reconhece?
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SEGREDOS
Mystère / Thriller🥇 primeiro lugar concurso Bueno Designer categoria suspense/mistério 🥉 terceiro lugar Concurso Literário Fênix categoria Mistério/Suspense 🥇 primeiro lugar concurso Cósmico 2° edição categoria suspense -ˋˏ ༻✿༺ ˎˊ- Você já ouvi...