CAPÍTULO 12 - DOMINGO

20 7 16
                                    

Um Erro Fatal


        Joaquim conversava com Bryan, quando se sentiu totalmente exausto por tudo que aconteceu com eles, na delegacia. Desligou, guardando o celular no bolso. Avisou seu irmão Felipe que iria até a casa do Bryan, pegando sua bicicleta, indo em direção à casa do amigo.

Alguns minutos depois, tocava a campainha. Esperou um pouco e, de repente, lembrou-se que ele poderia estar com os pais na missa dominical.

Resmungou um palavrão, pensando no que iria fazer e de repente, teve o ímpeto de ir até o pântano. Acelerou as pedaladas, sentindo toda a brisa da manhã bater no seu rosto quente, incentivando-o a acelerar mais ainda.

Quando se aproximava, foi diminuindo a marcha, parando no lugar em que deveria descer o barranco. Desceu da bicicleta, largando - a no capim alto, na margem da rodovia.

Ficou olhando a trilha, quase escondida, que o levaria até o lago do pântano encantado. Nomes este que a turma apelidara devido a sua beleza escondida do mundo externo, pelos ciprestes com seus galhos e troncos curvadas sobre as águas calmas com aguapés e ninfeias, murtas e hibiscos. Como se aquele lugar, fizesse parte de um mundo paralelo.

Ao chegar, sentou-se numa pedra, suspirando. Ficou olhando o lago, lembrando dos momentos com os amigos, o belo sorriso de Isabel e os seus olhos brilhantes. Deixou que as lágrimas mornas descerem pelo rosto, fazendo caminho até o queixo e caindo na grama úmida pelo orvalho. Pegou um pedregulho perto dos seus pés, limpou com as mãos, jogando no lago de forma aleatória, olhando as ondas que iam surgindo na água, sem perceber que alguém se aproximava dele, por trás.

— Desgraçado... — Ouviu.

Joaquim virou-se levantado da pedra, perdendo o equilíbrio ao ver Pedro com um revólver apontado na sua direção. A mão trêmula do homem, fez o rapaz entrar em pânico, sem saber o que fazer.

— Senhor Palmas! Não faça isto! Pelo amor de Deus! — Suplicava.

— Por que não deveria te matar, assassino? — Vociferava o homem armado. — Ajoelha pra morrer, desgraçado!

Joaquim ajoelhou-se, aterrorizado, sem compreender o que estava acontecendo.

— Seu Pedro, não matei sua filha! Eu juro! Foi um acidente!

— Mentiroso! Confessa logo! — Berrava.

— A gente marcou de se encontrar aqui, depois do encontro na quadra de skate, senhor Pedro! Eu juro!! — Gritava, Joaquim em prantos.

— Mentira! — Falou, se aproximando do jovem.

— Eu juro! Quando cheguei ela estava no lago, nua! Eu a retirei da água ajeitando seu corpo na grama! Ela tinha um ferimento na cabeça! — Falava, encolhido com as mãos na cabeça. — Eu não sei se estava morta já! Então, eu beijei seus lábios e alisei os cabelos. Não falei nada, por medo! — Chorava convulsivamente. — Eu juro, seu Pedro! Eu não sabia que era minha irmã! Eu juro!

Joaquim perdeu todas as forças, caindo em prantos, segurando o rosto com as mãos. Seu corpo todo sacudia pelas lágrimas desesperadas e o terror de morrer.

O homem, com a arma tremendo nas mãos, se aproximou, com o ódio cegando-o completamente. Encostou a arma na cabeça do garoto, engatilhando-o.

— Faça suas preces, moleque! — Sussurrou.

Joaquim sentiu um líquido morno, encharcar suas calças, fechando os olhos, com força. Não queria morrer daquele jeito, mas quando ouviu o som da arma, sendo engatilhada, sabia que seu fim havia chegado. Já não havia mais o que ser feito.

SEGREDOSOnde histórias criam vida. Descubra agora