CAPÍTULO 14 - ÚLTIMA SEMANA.

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Uma Triste Despedida.

Uma semana havia se passado.

Com a trágica morte do jovem Joaquim Barros, o caso da Isabel Palmas estava estagnado. Por conta dos últimos acontecimentos, os envolvidos estavam enfrentando um segundo luto em tão pouco tempo e os detetives tinham que dar este tempo, para não desrespeitar a família.

No departamento de polícia Amadeo, lia as notícias no jornal, inclusive sobre o suicídio de Joaquim e em como João Barros passara mal, sendo internado às pressas no hospital da cidade. Rogério ao lado, ouvia o parceiro, frustrado com tudo aquilo. Era triste que um rapaz tão jovem se sentisse culpado ao ponto de tirar a própria vida.

Nenhum dos dois conseguia acreditar na reviravolta que o caso acabou dando.

— Que tragédia, Rogério! Um garoto, ainda... — Falou, desolado.

— Realmente, não sei o que dizer, Amadeo. Isto muda tudo, não?

— Temos que correr contra o tempo, agora. — Jogou o jornal sobre a mesa.

— Você sabe me dizer se o jovem deixou algum bilhete? Alguma coisa que nos ajude a elucidar o caso?

— Não que eu saiba. Posso verificar.

— Precisamos ver isso, antes que o cadáver esfrie.

Amadeo olhou-o, indignado.

— Como pode pensar nisso, num momento como este, Rogério?

— Meus pêsames para a família. — Levantou os braços em rendição. — Mas precisamos nos ater aos fatos, meu sensível amigo!

— Às vezes você me assusta... — Sacudiu a cabeça.

— Foi só uma expressão, Amadeo! Relaxa!

— Acho que vou voltar para minha mesa, antes que você invente de contar uma piada! — Resmungou.

Rogério voltou para sua mesa, rindo da cara de indignação do parceiro, arrumando a pasta de um outro caso, quando foram interrompidos pelo policial Sérgio, que entrou na sala do detetive, depois de bater.

— Com licença, detetive? A filha dos Costha está aí e gostaria de falar com um dos senhores. Posso mandá-la entrar?

— A Megan?! — Amadeu olhou surpreso para o outro.

— Claro! Claro! Por favor, Sérgio! — Falou Rogério, dando um salto da cadeira enquanto olhava o parceiro.

Alguns minutos depois, os dois se preparavam para receber a jovem Megan, que entrava na sala do detetive, com um olhar perdido e de quem não dormia bem por várias noites. O policial Sérgio abriu a porta, deixando-a passar e fechou em seguida.

— Com licença, policial? — Falou chorosa.

— Olá, Meg? Sente-se, por gentileza. — Falou Amadeo, simpático.

O investigador puxou uma cadeira para ela e se sentou em outra, próximo a Rogério, que apenas se apoiou na quina da mesa e cruzou os braços. Sentia em todos os poros do corpo que ela tinha muita que declarar, mas sabia também que tudo que falasse, não poderia ser usado como prova. Mesmo assim, ele estava curioso para saber o que a levara até ali, uma semana depois da morte do amigo. Tinha que ser algo muito importante.

— Antes que você nos conte algo, precisamos saber se um de seus pais sabe que está aqui e se tem convicção de que tudo que disser, será documentado.

Ela olhou para os dois, simultaneamente, indecisa.

— Também pode escolher falar com algum representante ou advogado. — Falou, Amadeo.

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