CAPÍTULO 07 - QUARTA-FEIRA

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Dália Branca No Mármore Negro


      Bryan e Megan estavam sentados um do lado do outro, na igreja, para o funeral da Isabel. Olhavam para trás, aguardando a chegada do amigo Joaquim.

Meg usava um vestido curto, colado ao corpo, que deixava seus ombros à mostra, realçando seus cabelos alaranjados e um laço preto de cetim, que prendiam seus cachos.

— Você comprou este vestido na sessão gótica de alguma loja virtual? — Perguntou Bryan, incomodado.

— Era o único preto que eu tinha! Cala a boca! — Cutucou-o.

— Cadê o cara? — Cochichou. — Ele se atrasa até pra se despedir da Isa!

— Ei! Calma, B! Por favor? — Falou, com a mão tapando os lábios.

— Que sacanagem!

— Bryan! — Beliscou o braço do amigo. — Estamos na igreja, cara!

— Desculpe, Meg. — Estalou a língua no céu da boca. — É que tudo isto é tão injusto... E a polícia não descobriu nada, até agora. — Sussurrou, mais perto da amiga.

Ele baixou a cabeça, totalmente ansioso e derrotado.

— Não fica assim, B. — Pousou a mão sobre a coxa do rapaz. — Você tá tão elegante com este terno. — Tentou amenizar.

— Aqueles dois policiais parecem bem competentes. — Olhou pra trás, antes de continuar. — Além do mais, estas coisas são só rápidas, nos seriados.

Alguns minutos depois, Joaquim chega, esbaforido, arrumando seu terno escuro e sentando do lado da garota ruiva, que ficou entre os dois rapazes.

— E aí, galera? — Sorriu pequeno. — Acabei me atrasando muito?

— Sim! — Bryan revirou os olhos, irritado.

Megan o repreendeu com um tapa na perna e um leve empurrão.

— Bryan! Fica quieto, inferno! — Virou o rosto para o outro.

— Nem começou, Quim. — Sorriu para ele. — Não dê ouvidos para B.

— Olha quem tá falando bobagem na casa de Deus, agora?

Ela só olhou para ele, ignorando logo em seguida.

— Vocês sabem em que pé estão as investigações? — Cochichou Joaquim, nervoso.

— Em pé nenhum, mano. — Resmungou. — Os policiais só dizem "Estamos investigando", "Tenham calma, estamos trabalhando no caso".

A imitação de Bryan, fez a garota entre eles rir baixinho.

— Esta demora é que me deixa de cara! — Falava, enquanto olhava pra trás, várias vezes.

— Que tá pegando, Quim? — Incomodada, com a agitação do amigo.

— Nada, não. Só procurando meu velho. — Se ajeitou. — Deixa pra lá!

— Relaxa, mano! — Disse, Bryan, inclinando a cabeça na direção do amigo. — Vai começar a lenga-lenga!

Seguraram o riso.

— Psiu, galera! — Cochichou a ruiva.

Megan começou a rir baixinho, assustando Bryan. Ele nunca imaginaria que num momento como aquele, ela estaria tão calma.

— Por que pensei que você estaria se atirando no chão, aos prantos, por perder sua melhor amiga? — Cochichou, apertando o braço dela, de leve.

Ela olhou pra ele, colocando o dedo indicador nos lábios vermelhos, piscando pra ele.

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