CAPÍTULO #9

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— Não pensei que fosse me procurar — Ten comentou, risonho, bebericando sua cerveja, enquanto eu olhava para os lados, garantindo que não havia ninguém me perseguindo, para só então me sentar à mesa de bar

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— Não pensei que fosse me procurar — Ten comentou, risonho, bebericando sua cerveja, enquanto eu olhava para os lados, garantindo que não havia ninguém me perseguindo, para só então me sentar à mesa de bar.

— De todos que convivo diariamente, você é o único que sei que não deseja me matar… ao menos eu espero. — O encaro seriamente, como um aviso. Ele suspirou, girando o copo na mesa entre suas mãos, em um misto de tristeza e raiva.

— Ainda tenho pesadelos com tudo que vivemos. Problemas para dormir… você não? — Ele me encarou, com os olhos marejados, e tive que engolir em seco. É por isso que eu estava aqui, às duas da manhã, em um bar 24 horas, simplesmente porque não me sinto seguro na mansão Bergan, e por querer respirar um pouco, tirar um tempo.

— Não — Minto e ele sorri levemente, assentindo, talvez fingindo acreditar. Fomos muito próximos na equipe de exilados. Cuidávamos um do outro, mas as circunstâncias acabaram nos separando.

— Menos mal… tive momentos ruins, mas tive vontade de viver… apenas para saber se você estava bem. Quando nos separamos, minhas esperanças foram para o lixo. Como saiu de lá? — Questionou e eu respirei fundo, deixando o copo na mesa, com a bebida intocada.

— Não quero falar disso — Falo, desconfortável. Talvez não tenha sido uma boa ideia procurar Ten.

— Tudo bem, eu entendo… bem… ao menos pode me dizer por que continua com eles? — Questionou e eu peguei a bebida novamente, tomando um curto gole, sentindo o sabor fraco da cerveja.

— Meu atual chefe não é como o antigo — Falo e ele me encara duvidoso.

— O maldito Fontannelle mandou exterminar nossa gente. Nossas famílias. — Minha garganta trava e eu ranjo os dentes, segurando o copo com mais força. Acho que estava a ponto de quebrá-lo, mas me controlei e tentei não me abalar com um passado de merda.

— Ele já não atua mais na máfia.

— Mas está vivo, não está? Por que não acabou com ele? Se vingou por tudo que te fez? Que fez com o…

— Chega — O interrompo e ele me encara, com os olhos cheios de lágrimas presas, cerrando os punhos.

— Não me agrada nem um pouco te ver assim. Com a droga desse uniforme. É a mesma coisa que antes… quando te via preso por correntes. Quando não podia ser livre. Vee… por quê? — Seu tom diminuiu, trêmulo.

— Porque é só isso que eu sei fazer — Respondo, o que pareceu pegá-lo de surpresa. — Fui criado assim. Não sirvo para trabalhos comuns… casamento ou filhos. Isso combina com você, Ten. Não comigo — Falo, virando a cerveja em um gole só. — Preciso resolver algo… — digo, me levantando e jogando algumas notas na mesa.

— Espera! Aonde está indo?

— Resolver minha bagunça… como sempre fiz. — Toco seu ombro, apertando levemente, sendo o máximo que consigo fazer ao tocar alguém com quem eu minimamente me importo. Viro as costas, pronto para ir embora.

— Vee — Paro de andar, o olhando por cima do ombro. — Te amo, mi hermano. Não se esqueça disso. Não está sozinho. Se precisar de mim, já sabe onde me encontrar — Falou, e eu apenas suspiro, assentindo e seguindo em frente.

Não iria nem sob tortura envolvê-lo de novo nessa merda de vida. Ele já estava casado, construindo novamente uma família e admiro sua coragem. Então que permaneça longe dos holofotes da máfia.

Peço um táxi, que foi difícil conseguir a essa hora, mas o local que iria era longe e não poderia ir andando. Notei os olhares do motorista pelo espelho do carro enquanto eu conferia se minhas armas estavam carregadas. Ele pareceu nervoso, mas não é como se eu me importasse com isso.

E após um bom tempo, estávamos de frente para a casa grande, onde vivia o imbecil do presidente. O local era rodeado por seguranças. E eu fiquei no carro observando por um tempo.

— Dê a volta para o estacionamento — Ordeno, não precisando repetir para o taxista rapidamente acatar minha ordem.

Desço do veículo, respirando fundo e o pagando. Ele saiu dali rapidamente. Observo em volta, avistando os carros enfileirados e igualmente pretos, no mesmo modelo. Provavelmente os carros dos seguranças que acompanhavam o velho corrupto. Mas na primeira fila, havia uma limusine. Me aproximo com cuidado do veículo, sabendo que havia alguém ali dentro. Me mantenho atrás de uma pilastra, esperando o momento certo para agir. Sabia que o carro estava ocupado porque se dava para ouvir uma baixa música vindo do veículo.

Cerca de trinta minutos depois, um homem abandonou o veículo, cantarolando. Me encosto na parede, me mantendo escondido, até vê-lo passar por mim. O agarro por trás, o prendendo em uma chave de braço, o impedindo de abrir a boca e não lhe dando chances para falar qualquer coisa, sem antes perder a consciência quando o ar já não corria para seus pulmões.

Arrasto seu corpo para perto da parede, retirando seu uniforme requintado de motorista, o deixando só de cueca. Amarro seus pulsos e tornozelos com algemas, cobrindo sua boca com um pedaço de pano e o jogando dentro do porta-malas da limusine. Com sorte, ele ainda estaria vivo, mas acho muito improvável.

Visto a roupa que pertencia a ele, surpreendentemente cabendo perfeitamente em mim. Coloco o chapéu escroto de motorista, com certa dificuldade para esconder meu cabelo dentro dele. Então adentro o veículo, ocupando o banco do motorista e desligando a música ruim que tocava, apenas aguardando.

O dia amanheceu, e só então pude ouvir a porta detrás do veículo abrindo. Abaixei um pouco o chapéu para esconder meu rosto, espiando pelo espelho que era o presidente se acomodando no banco detrás, com o olhar preso no celular. Ele falou algo para seu segurança e então fechou a porta do carro.

De imediato, travo as portas, ligando o motor e dando partida.

— Para a empresa, chofer. — Ouço ele ordenar. Mas eu tinha outros planos. Observo pelo retrovisor três carros nos seguindo, fazendo a guarda.

— Cancele a segurança ou juro que você morre aqui e agora — Ordeno, me virando para ele, parando o carro na esquina, apontando a arma para sua cabeça. Ele se assustou, me olhando com pânico, tentando abrir a porta desesperadamente. — Sua sorte… é que estou sendo paciente e posso repetir… cancele a porra dos seguranças agora ou você morre. E posso garantir, sairei ileso daqui — Aviso, vendo ele olhar para os lados, como se buscasse algum tipo de ajuda.

— Quem é você?!

— O cara que você quer prender por matar dois insignificantes. Mas é claro que você não se importa com eles, apenas com sua imagem de merda perante à sociedade. Se quiser viver mais um pouco, é melhor me obedecer. O celular. — Estendo a mão, e mesmo relutante, ele obedece. — Diga o nome do seu chefe de segurança e então poderei ligar. Se tentar alguma gracinha, já sabe seu destino — Falo calmamente. E assim ele me disse o nome. Procuro nos contatos, ligando para o indivíduo e colocando no viva-voz, aproximando o aparelho da boca dele, que me encarou assustado, mas eu ainda tinha a arma apontada para sua cabeça.

— Dilan, hoje irei sozinho. Não quero seguranças na minha cola… — Falou, nervoso.

Certeza? Senhor, não podemos deixá-lo sem segurança. Sabe disso. Está tudo bem?

— Está… apenas quero uma folga hoje… — Murmurou, e mesmo contrariado, o chefe de segurança acatou a ordem e os três carros recuaram, mas não sei quanto tempo isso duraria. Provavelmente não muita.

Certo… agora somos só nós dois. Vamos conversar, sr. Presidente.

TOXIC - Série King Of Sex - Livro 2 (POLIAMOR) Onde histórias criam vida. Descubra agora