CAPÍTULO #39

4.3K 525 61
                                    

Minha paciência estava no limite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Minha paciência estava no limite. Isso era um fato. No momento em que Vee passou por mim, simplesmente nos virando as costas e indo embora, eu quis puxá-lo pelos lindos cabelos e jogá-lo naquela cama, fodê-lo até ele entender que eu realmente o queria. Mas decidi que não iria forçá-lo. Ao menos, não naquele momento. Ele estava estressado e péssimo para uma conversa sobre sentimentos. Depois da chacina que ele causou, certamente iria precisar de um descanso, esfriar a cabeça.

— Acho melhor eu ir… — Elliot falou, chamando minha atenção. Ele estava tentando fazer o mesmo e fugir de mim. Mas ele não era tão convicto de suas ações quanto Vee, que estava irredutível quando o assunto era nós.

Elliot girou a maçaneta, abrindo a porta, mas a empurrei com tudo de volta, causando um barulho alto que o assustou.

— Senta! — Ordeno e ele me encara, surpreso. — Agora! — Aponto, notando ele engolir em seco, voltando a se sentar na cama. — Estou cansado de vocês simplesmente fugirem do inevitável! Por que está ignorando o fato de que nos beijamos?! — Exclamo, irritado. Elliot estreitou o olhar, formando um vindo entre suas sobrancelhas, que demonstravam o quanto se sentia contrariado.

Você me beijou! Não lembro de ter contribuído com isso! — Rebateu e eu me aproximo, vendo ele rapidamente se arrastar para trás na cama, como se em algum momento eu fosse atacá-lo.

— Diga a verdade, Elliot… o único empecilho é sermos irmãos? Fazemos coisas muito piores e não nos importamos. Você nem é religioso. O que nosso sangue significa?! — Questiono, e ele abaixa a cabeça, pensativo.

— Família. Significa família — Respondeu e eu assenti.

— Franklyn e Adrian são família agora — Rebato e ele me encara.

— É diferente…

— Não. Nosso sangue não importa nisso. Mas sim nossos sentimentos… Caralho, estou sozinho nessa?! — Elliot desviou o olhar, ficando em silêncio por alguns segundos.

— Saia… quero ficar sozinho — Pediu, o que me fez olhar em volta.

— É o meu quarto…

— Saia, Caius! — Exclamou, o que me fez suspirar, me levantando e pegando meu casaco, o olhando uma última vez antes de sair e fechar a porta atrás de mim.

Nunca me senti tão vazio como agora.

Sou egoísta, competitivo. Não gosto de perder. E isso significa que não quero nem cogitar perder as duas pessoas que andam testando meu limite ultimamente.

— Dia difícil? — Rebeka questionou, me fazendo abrir os olhos. E só então percebi que estava há um bom tempo parado no corredor, encostado na parede e lidando com meus próprios demônios.

— Difícil seria pouco para definir o dia merda de hoje… — Resmungo e ela sorri, vindo em minha direção e puxando meu braço.

— Vamos resolver isso da forma mais clichê! — Brincou, me fazendo sorri, já sabendo o que significava.

E em minutos, estávamos os dois sentados em uma mesa de bar, com dois copos grandes de chope em um estabelecimento mediano, que não exigia nossa boa e velha etiqueta.

Rebeka demonstrava isso da melhor forma: largada na cadeira de madeira, com a perna direita dobrada, apoiada na cadeira. Usava uma camisa larga cinza e surrada, com uma calça cargo masculina que deve ter roubado de um de nossos irmãos e os cabelos presos de qualquer jeito em um coque.

Às vezes ela conseguia ser mais masculina do que nossos próprios irmãos. Até nossos trejeitos ela tinha.

— Por que ultimamente você anda assim? Tão distraído… — Rebeka questionou, enquanto bebia a cerveja, tentando não se sujar com espuma da bebida. Experimento o meu, ficando em silêncio e não sabendo se deveria realmente dizer algo sobre o que estava acontecendo. Mas a real, é que eu já não aguentava mais guardar para mim. Rebeka, além de minha irmã, era minha companheira fiel na hora de fugir para um bar com qualidade questionável e jogar conversa aleatória até altas horas da madrugada. Ela gosta realmente de conversar sobre os problemas e tentar resolver, ao contrário dos nossos irmãos que só vivem implicando uns com os outros e tirando sarro dos problemas.

— Você já… se interessou por duas pessoas ao mesmo tempo? — Questiono, receoso. Ela me encarou, sorrindo levemente e balançando a cabeça.

— Depende. Emocionalmente nunca. Mas é normal se atrair por várias pessoas diferentes…

— Não — Interrompo e ela me encara. — Não é só atração sexual. Eu… — Suspiro, nem ao menos sabendo como transformaria a confusão em minha cabeça em palavras coerentes. — Eu estou interessado em duas pessoas que certamente irão foder com meu psicológico, porque os dois são difíceis de se lidar e… parece que só eu estou me jogando no fogo mesmo sabendo que irei me queimar — Desabafo de uma vez. Rebeka suspirou, se recostando na cadeira e a inclinando para trás com o pé esquerdo que tocava o chão, equilibrando a cadeira somente nas duas pernas detrás. Ela cruzou os braços e me observou.

— Deixe-me adivinhar… Esses dois são… Vee e Elliot? — Questionou, me fazendo olhá-la rapidamente.

— Como você…?

— É que é meio óbvio… — Ela deu de ombros, suspirando. — Ouça, eu não me importo se você gosta dessa forma do Elliot. É a sua felicidade que está em jogo e saiba que sempre vou te apoiar. Agora… o Vee… não tinha alguém mais fácil para você gostar? — Questionou e isso acabou com nós dois rindo da situação. Jogo a cabeça para trás, encarando o céu escuro, já que estávamos na área aberta do bar.

— Me pergunto isso desde que ele chegou… Não sei o que fazer, Rebeka. Ele é irredutível. E o Elliot… óbvio que não vai aceitar isso fácil. — Rebeka começou a gargalhar de repente, me fazendo encará-la como se ela fosse uma louca.

— O Elliot?! Meu amor, você não o conhece?! Ele é a pessoa mais puta que eu conheço! Eu garanto que qualquer que seja o motivo por ele estar te evitando, o mais improvável seja por vocês serem irmãos. Ele já pegou até primas, tias, e isso nunca foi um empecilho. Ele tem uma conexão mais forte com você, acredito que ele tenha medo de perder isso… Você lida com os dois diariamente, os conhece muito bem. Tente conquistá-los por aquilo que os atrai — Comentou, me deixando agora com a cabeça girando de ideias e teorias.

Mas uma coisa eu tinha certeza!

Não iria desistir tão fácil assim…

TOXIC - Série King Of Sex - Livro 2 (POLIAMOR) Onde histórias criam vida. Descubra agora