"Mesmo com suas feridas, mesmo com suas cicatrizes ocultando um passado doloroso, mesmo com sua indiferença... Nada disso será suficiente para nos afastar de ti. Pelo contrário, nos fortalece e torna 3 corações em um só."
PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO C...
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Termino de falar, tudo, em detalhes, como eles realmente mereciam saber, mas me arrependendo a cada segundo ao vê-los inconsoláveis. Elliot chorava sem conseguir parar, e até Caius não conseguiu prender as lágrimas, mesmo lutando para aguentar. Eu não me orgulhava de nada no meu passado. Muito pelo contrário. Tinha vergonha e nojo de tudo que passei, de tudo que perdi. Do covarde que eu era.
— Talvez agora entendam o motivo por eu não querer falar nada sobre isso… — Murmuro, tentando quebrar o silêncio que se instaurou, apenas ouvindo o choro torturante de Elliot, que era acolhido por Caius.
— Eu não poderia nem imaginar um terço disso… — Caius comentou, baixo, com a voz arrastada. Elliot não conseguiu falar, então veio até mim, caindo em meus braços e me abraçando fortemente, se grudando em mim e não me soltando por nada, como se tivesse medo que eu fugisse ou acabasse desaparecendo que nem fumaça.
— Isso não é justo! Não é justo… o que fizeram com você… não… — Elliot lamentou, soluçando, trêmulo. Sorrio fracamente, o consolando.
— Já passou. Estou bem — Falo e ele finalmente me solta, apenas o suficiente para me olhar nos olhos. Enxugo suas lágrimas, mesmo que ele não parasse de chorar.
— Não… não pode estar bem. Isso… isso é desumano! — Então me abraçou novamente, aos prantos. Balanço a cabeça, sorrindo levemente, sabendo que não era qualquer estômago que digeria uma tragédia como a que eu vivi.
— Quem fez isso com você? — A voz de Caius atraiu minha atenção. Ele estava sério, não chorava mais. Pelo contrário, sua tristeza pareceu se transformar em raiva. E eu notei suas intenções.
— Não quero que comprem essa briga por mim. Não preciso de proteção…
— Isso não é hora para manter seu orgulho! — Ele me interrompeu, imperativo. — Acha que vou ficar em paz após saber por tudo que passou e que o culpado disso está vivo?! Você não é um indigente, Vee! Você tinha família e lhe arrancaram isso! Mas pode ir atrás do que é seu por direito! — Exclamou, o que me fez suspirar, sabendo que Caius iria reagir assim.
— Não, não preciso — Afirmo, e Elliot se ajeita em cima de mim, se acomodando em meu colo e tentando controlar o choro.
— Eu concordo com o Caius. Não vou dormir em paz enquanto o culpado disso não estiver queimando no quinto dos infernos! — Elliot falou. Aliso suas costas desnudas lhe dando um breve selinho nos lábios.
— Não é orgulho meu. Não gosto de saber que o dono daquele lugar está vivo, mas… há muita coisa em jogo e eu… eu estou de mãos atadas. Não ajam por impulso — Falo, e os dois parecem se acalmar um pouco. Elliot deitou a cabeça em meu ombro, abraçado em meu pescoço. Ele parecia determinado a ficar grudado em mim pelo restante do dia.
— Então esse é o momento em que você nos diz o que está acontecendo — Caius ditou, irredutível, me fazendo suspirar em desistência. Ele conseguia ser extremamente teimoso quando queria.
— Porque o culpado… é o meu pai. E após eu conseguir fugir, descobri que ele tem minha mãe em cativeiro. Além disso… ele está ameaçando a vida de outras pessoas caso eu tente alguma coisa… — Falo, notando os olhares surpresos de ambos em minha direção. Falar aquilo doía muito mais do que tocar no meu passado.
— Quem é ele? — Elliot questionou e eu hesitei antes de responder, mas sei que eles não desistiriam até que eu falasse de uma vez.
