CAPÍTULO #33

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HANY FONTANNELLE

— Me lembre de nunca mais beber na minha vida. Parece que a ressaca daquele dia dura até hoje… — Resmungo, vendo Yuny sentado à beira da piscina, com os pés na água. Me aproximo, sorrindo e tocando seu ombro, mas meu sorriso some quando vejo as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, me deixando preocupado. — Yuny, o que aconteceu? Você está bem?!

— Nada… — Murmurou, tentando enxugar as lágrimas, inutilmente.

— Não seria nada se isso te fez chorar. O que aconteceu? — Seco suas lágrimas, ou ao menos parte delas, já que ele acabou chorando mais ainda.

— Você também me acha uma criança? — Questionou, me fazendo franzir as sobrancelhas, confuso.

— Lógico que não, Yuny! Por isso estou preparando sua festa à altura! Uma festa para adultos. Você já é um jovem adulto e está pertinho de fazer 18 anos! Só temos dois anos de diferença. E eu não me considero uma criança. Estou longe de ser, na verdade — Falo, rindo. Ele ficou calado, então o encaro, abraçando seus ombros e empurrando sua franja para o lado delicadamente, para poder ver melhor seus olhos, que agora estavam vermelhos de tanto chorar. — Quem te disse essa besteira?

— O Keera… e eles riram de mim… — Falou, baixinho, me fazendo corroer de raiva.

Eles quem?!

— Os… — Não espero ele terminar, me levanto rapidamente, chamando sua atenção.

— Onde está o Keera?

— Hany…

— Diga! — Praticamente ordeno.

— Na sala de jantar, tomando café com os Bergan…

— Ah, que lindo! Já está até fazendo piadinhas em conjunto com a família que antes ele odiava?! — Exclamo, adentrando a mansão, dominado pela raiva. Keera podia fazer o que quiser comigo, brigar, gritar, castigar, mas eu nunca vou tolerar essa burrice dele de proteger o Yuny como se ele tivesse 5 meses de idade.

Chego à sala de jantar, vendo todos tomando café, rindo e conversando. Pouso as mãos na cintura, respirando fundo e encarando Keera.

— Estão se divertindo?! — Exclamo, furioso, chamando a atenção de todos da mesa.

— Já sei o motivo disso e devo avisar: eu não compactuei com isso — Elliot falou de imediato, se levantando após terminar seu café, carregando Rory, passando por mim, beijando minha bochecha e indo embora. E por incrível que pareça, eu acreditava nele.

Ainda bem que ele tirou a criança aqui, porque o nível pode descer.

— O que foi, Hany? — Keera questionou, e eu o olhei seriamente.

— Você é palhaço ou se faz?! — Exclamo, alterando o tom e vendo seu olhar de surpresa.

— Do que está falando?! E trate de abaixar seu tom, porque…

— Trate você de se colocar no seu devido lugar e agir com respeito! — O corto, apontando o dedo para ele, e depois olhando para os irmãos Bergan. — E nem fiquem de risadinhas, porque vocês estão no mesmo nível que esse idiota! Acham engraçado ficar debochando e rindo dos outros?!

— Contenha seu irmão, Keera. Ele surtou — Adrian falou, indiferente.

— Surtei mesmo! Porque vocês se acham donos do mundo e principalmente das pessoas! Se eu souber de mais alguma gracinha de vocês rindo do Yuny, eu juro que não me responsabilizo pelos meus atos! — Keera novamente riu, me olhando descrente, só contribuindo para me deixar ainda mais furioso.

— E o que você vai fazer, Hany? — Keera debochou, me fazendo respirar fundo. Então encaro Élyas, o único que não estava envolvido na conversa, nem rindo.

— Quer saber? Agora eu te entendo, Élyas — Falo e ele me encara confuso, perdido no que estava rolando ali. — Keera é mesmo um homem insuportável! Você aparentemente é o único que tem senso aqui, porque esse idiota exige tanto respeito mas não sabe fazer a porra do mesmo! — Grito, irritado. — Pode ri o quanto quiser de mim, Keera. Mas você vai pagar muito caro pela forma como tratou o Yuny! Isso eu garanto pra você! — Ralho, saindo dali sem esperar respostas.

Adentro qualquer lugar, que estivesse longe dos olhos das pessoas, longe até mesmo dos funcionários da casa, porque eu estava tão irritado que não confiava nem em mim mesmo para estar perto das pessoas neste momento, muito menos do imbecil do meu irmão.

Olho em volta, reconhecendo a oficina de Odd. Que ironia…

Caminho pelo local, me sentando sobre uma mesa e respirando fundo. Ao menos ali era silencioso e nenhum funcionário entrava.

— Você está sentado em cima da minha planta que terminei hoje. — Odd adentrou a oficina, me assustando pelo barulho que a porta pesada fez. Ergo meu quadril um pouco apenas para ver um desenho do que parecia ser uma arma, ou algo parecido, mas não me importei.

— Não estou te perseguindo… só queria um lugar mais silencioso e isolado… — Murmuro, tentando não descontar minha raiva nele, mas se ele também contribuiu para ri do meu irmão, então que se lascasse também.

— Fique à vontade… e eu entendo sua raiva. Fez bem em defender seu irmão — Falou, chamando minha atenção. Ele se aproximou, parando ao meu lado. — Alguns dos meus irmãos ainda tem a mentalidade de 5 anos — comentou, dando de ombros.

— Ao menos você é nitidamente mais maduro — Falo e ele sorri, o que me fez retribuir, admirando seus olhos mesmo com a pouca iluminação do lugar.

Ele tinha um grande poder de conseguir me acalmar…

O espírito dele era calmo, ameno. Não gostava de discussões. E eu reconheço que era o completo oposto disso.

Mas naquele momento…

Estávamos em sintonia.

TOXIC - Série King Of Sex - Livro 2 (POLIAMOR) Onde histórias criam vida. Descubra agora