O encosto do aposentado

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Quando acordei o sol já tinha dado lugar a Lua no céu. Era uma noite de lua cheia o que facilitava minhas buscas por recursos na floresta. Me levantei da cama e fui comer algo na cozinha. Chegando lá eu preparei um café para acompanhar um lanche (que era nada mais que duas fatias de pão e uma de queijo entre elas), comi rapidamente e fui me aprontar para sair para floresta: calcei um par de sapatos preto, coloquei uma calça Jeans, uma camiseta confortável, um par de luvas, um sobretudo preto e por fim peguei meu cajado e uma sacola vazia para colocar as ervas. Olhei mais uma vez pela janela para me certificar que não havia sinais de chuva no céu e sai da loja rumo a floresta.

Caminhei até a floresta pelo caminho que eu estava habituado a fazer todas as noites: saia de casa, passava pela praça e pegava o leste rumo a Floresta, esta última ficava em torno de um quilometro do vilarejo então era uma caminhada que demorava uns quinze a vinte minutos. O vilarejo já estava deserto aquela hora da noite e aproveitei o silêncio para pensar onde conseguir as ervas que eu precisava:

-A Aloe Vera eu posso conseguir próximo ao rio Wood porém a Arnica vai estar mais ao fundo da floresta.... acho que vou primeiro em busca de Arnica e na volta pego a Aloe Vera. Além do que achar alguns frutos para comer não seria nada mal também.- Falei para mim mesmo tentando criar um plano.

Sem nem mesmo perceber eu já estava próximo a entrada da floresta porém, percebi que havia algo fora do comum entre as árvores.

-Interessante.... - Falei para mim mesmo enquanto colocava o capuz do sobretudo. 

Adentrei a floresta com cautela olhando para o chão e para as árvores ao meu redor. Enquanto me aprofundava no meio do matagal repetia constantemente feitiços de detecção de armadilha e de presença:

-deprehendere captionem e deprehendere praesentia.

Após caminhar por dez minutos na floresta percebi que a mata ficou mais densa, isso queria dizer que finalmente cheguei na região onde se podia encontrar Arnica: eu pretendia começar a procurar minhas ervas porém ainda tinha que lidar com o pequeno problema que estava a me incomodar mas eu não sabia exactamente como lidar.

-Me surpreende que esse maldito ainda não tenha notado que eu percebi sua presença no meio das árvores antes mesmo de entrar na floresta, mas quem será que poderia estar me vigiando? E por que? - Perguntei para mim mesmo

Independentemente das respostas para minhas perguntas eu tinha um encosto (bem burro por sinal) comigo e precisava me livrar dele. Enquanto estava parado pensando em como me livrar senti a presença de três lobos selvagens se aproximando sorrateiramente entre os arbustos próximo a árvore onde o sujeito se encontrava. Também notei que o encosto começou a ficar mais agitado... Seria meu visitante um encantador de feras selvagens?

-Haja paciência...- Falei para mim mesmo

De repente surgiu um plano em minha mente: vou abaixar de costas para os lobos e enquanto estiver abaixado deixarei o feitiço mutare loca em pré invocação (esse feitiço me permite criar paredes rígidas usando algum tipo de terreno), assim quando os três lobos e o encosto me atacar com a guarda baixa eu ativo o feitiço e crio um quadrado em volta dos 4 para os aprisionar. 

-Bem, hora de executar.

Agachei de costas para os alvos e deixei o feitiço em pré invocação, percebi que os lobos se aproximavam devagar porém o encosto não saia da árvore. Meu plano havia fracassado. Esse cara achava que apenas os lobos iam ser capazes de me matar. 

-Quer saber, perdi a paciência - Falei para mim mesmo

Me levantei e olhei em direção aos  lobos que já estavam a uma distância de em torno de 5m de mim. Os três lobos iam se aproximando rosnando e quando já estavam á uns 3 metros de mim tive uma surpresa: o encosto burro pulou da árvore e gritou:

Um mago aposentado.Onde histórias criam vida. Descubra agora