POBRE, POBRE DE MARRÉ DECI

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    Assim que  ouvir um carro parando em frente a sua casa,  Gláucia levantou-se apressada do sofá onde estava nervosamente pensando o que iria fazer naquele momento a qual aquele petulante, e ogro não deixou  que Breno levasse seu filho, falando que ela teria que ir buscá-lo, logo ela que estava fazendo de tudo para não se aproximar dele, por não estar gostando da proximidade dela e do filho com pessoas como o senhor Bell e os amigos, pois sabia que se um dia precisasse ir embora mais uma vez como tem feito a algum tempo o filho iria sofrer muito. Por aquilo, e só por aquilo, que ela queria evitar o achegamento.

Já de pé na janela olhou na direção da rua se deparando com uns dos carros do senhor Bell. Caminhou em passos rápidos para a porta abrindo-a rápido, mas em seguida travou ali de pé, pensando.

“Calma, Gláucia, se você chegar correndo até o carro, e ele estiver lá dentro?” — pensou enquanto tentava se controlar, pois seu coração estava acelerado demais, só em imaginar podendo vê-lo mesmo que de longe.

“Ai céus, preciso me controlar, ele já tão confiante e dono de si, se ver que eu estou ansiosa para vê-lo com certeza ficará ainda mais arrogante!” — pensava enquanto apertava a porta com força que os nós de seus dedos ficaram brancos.    

“Aquela petulância dele, me tira do sério!” —  declarou enquanto em pensamento. Enquanto ela estava ali pensando se, se aproximava ou não, o motorista saiu e seguiu para a porta traseira tirando Jonas da cadeirinha, Só naquele momento que Gláucia não vendo sinal do senhor Bell que ela pode enfim respirar aliviada. Soltando um suspiro, pensou mais uma vez com ela mesma.

O que eu estou pensando da vida, ele nem consegue andar, porque iria vir até aqui só para trazer o Jonas? Ah, Gláucia, você realmente está ficando louca, hein? — falou em voz baixa e sacudindo a cabeça para afastar todos aqueles pensamentos. Ela deu um passo para fora e naquele momento viu Jonas entrar pelo portão de madeira  pintado de branco  igual a cerca que rodeia toda casa.  Respirou mais uma vez lentamente, olhando-o, e logo percebeu o quanto o filho estava tristinho, andando de cabeça baixa.
— O que aconteceu, meu amor, por que você está com essa carinha, nem parece que se divertiu com os seus amiguinhos, e o Duque o dia inteirinho? —  Falo assim que Jonas chegou perto dela.

— Não é nada mamãe, eu só estou triste por deixar o meu amigo Augusto e o Duque, eu queria muito morar bem pertinho deles, assim eu iria poder vê-los todos os dias e toda hora. —  disse com pesar. 

         Enquanto, Jonas falava, Gláucia acenava para o motorista que saía com o carro, ao entrarem ela fechou a porta e pegando o filho no colo  caminha  até o sofá onde estava sentada antes,  sentou colocando o filho sentado nas suas pernas e falou com voz mansa: 

— Bom, meu amor, mas já que isso não é possível, você vai ter que superar isso igual fazemos quando queremos ter uma coisa que não podemos comprar, não é?  Aquelas pessoas são ricas e não fazem parte da nossa  vida. Nós somos diferentes deles, você sabe, somos pobres, pobres, pobres de marré, deci.  Lembra dessa música? — falo fazendo cócegas na barriga do filho que logo esqueceu-se da tristeza e riu de se acabar. Depois de um tempo um fazendo cócegas no outro, ela o ordenou:
— Agora vá tomar seu banho! Que hoje, só hoje, a mamãe vai pedir um lanche bem gostoso para nós dois, huh. —  anunciou piscando para Jonas que se jogou para trás, gritando:

— Obaaa! 

Depois de abraçar a mãe feliz da vida, pulou do colo dela, e correu em direção ao banheiro,  ao começa tirar a roupa e joga-las no cesto de roupa sujas, o cartão do amigo cai no chão, assim que viu, falou baixinho:
— Uau! Ainda bem que eu vi! — disse baixinho enquanto pegava e colocava em um lugar escondido para que a mãe não visse, falando:  

APAIXONADO POR UMA MULHER TOPETUDA Onde histórias criam vida. Descubra agora