A filha do treinador-Manu Ugarte

Capítulo 15

Margarida on

Depois do beijo, nós ficámos cada vez mais próximos, e eu confesso que estou apaixonada por ele, eu sei que foi meio do nada, mas eu realmente gosto dele.

A minha relação com o Ugarte continua na mesma, apesar de ele se afastar, principalmente quando eu estou com o Trincão, mas pelo menos ainda nos falamos e estamos bem, eu finalizei mais um dia de trabalho, o Ugarte tinha me vindo trazer ao trabalho e iria levar-me de volta.

Eu troquei de roupa, e despedi-me dos meus colegas de trabalho.

 Saí do edifício e caminhei até ao estacionamento, logo o avistei encostado sobre o carro com o telemóvel na mão, ele tinha vestido umas calças de fato treino pretas, e uma sweat creme.

O estilo dele era bem básico, mas estiloso, e combinava bastante com ele, assim que eu me aproximei dele, ele olhou para mim, ele desligou o telemóvel, guardando-o no bolso, e sorriu para mim.

—Estava a ver que não, cariño—ele disse para me provocar

—Se tivesses com tanta pressa já estavas dentro do carro—eu respondi-lhe enquanto caminhava para mais perto dele

—Eu sou um cavalheiro—ele disse com um sorriso convencido

—Se fosses tão cavalheiro quanto tu dizes, tinhas me aberto a porta—eu disse-lhe abrindo a porta  

Eu entrei no carro sem olhar para ele, fechei a porta do carro, coloquei o cinto, e olhei para ele, que me olhava com um olhar chocado, eu ergui uma sobrancelha para ele, e sinalizei para ele entrar dentro do carro, ele abriu a porta e entrou dentro do carro, fechou a porta e olhou para mim.

—É tudo á grande, e á francesa—ele disse imitando o sotaque português o que me fez soltar uma gargalhada—Tás a rir-te de quê, até parece que falas bem espanhol

—Pelo menos não falo tão mal espanhol, quanto tu falas português—eu disse-lhe e ele olhou-me sériamente—Tás a olhar-me assim para quê?

—Nem me cumprimentaste—ele disse desviando o seu olhar do meu e colocou a chave na inguinação

—Oh coitado vai ficar chateado—eu disse-lhe provocando-o

Eu dei-lhe um beijo na bochecha ele sorriu, e começou a dirigir até ao Terreiro do paço, ele estacionou o carro, saímos do carro, eu fiquei a observar o que ele fazia, sem saber o que fazíamos ali, ele abriu a mala do carro e tirou uma manta, e estendeu-a para mim, e desdobrei-a e coloquei-a sobre os meus ombros, ele fechou a mala, e trancou o carro.

Ele começou a caminhar, eu ía atrás dele, ele era relativamente mais alto que eu, por isso andava mais rápido que eu, e era um bocado difícil de o acompanhar, então eu tive a ideia, de saltar para as suas cavalitas.

Eu parei a meio do meu caminho para ganhar balanço, e logo começei a correr, e saltei para as suas costas, ele segurou nas minhas pernas, e eu envolvi as minhas pernas na sua cintura, e os meus braços envolta do seu pescoço, e continuámos o nosso caminho, chegámos ao pé de um restaurante que vendia umas saladas muito boas, eu saí das suas cavalitas, escolhemos as saladas.

E fomos até á uma rampa onde tinha relva, eu estendi a manta, nós sentámos-mos, e começámos a comer.

—Nem sabes, nem sei se te cheguei a dizer ou não—eu fiz uma pausa—Eu e o Trincão beijamos-nos

Eu disse-lhe analisando a sua expressão, ele desviou o olhar do meu, para a sua salada, ele tinha uma expressão séria, e ao mesmo tempo magoada em seu rosto.

—Não vais dizer nada?—eu perguntei esperando uma resposta

—Eu vou ser sincero, não esperes algo de alguém como ele—ele disse olhando para mim

—Alguém como ele?—eu perguntei confusa

—Ele é um jogador de futebol, e ele é daqueles que fica com várias numa só noite—ele disse e eu desviei o olhar para a minha salada

—Ele pode ñ ser assim, nem todas as pessoas são iguais—eu disse-lhe voltando a olhar para ele—E eu acho que estou apaixonada por ele

—Eu só não quero que te magoes—ele disse—Eu só estou preocupado contigo

Eu dei uma garfada na salada, e levei o garfo á boca, mastigando a salada, e em seguida engolindo

—Eu sei, e eu agradeço-te por isso—eu disse-lhe com um pequeno sorriso—Mas, ele pode não ser como os outros, e eu gosto dele, estou disposta a tentar algo com ele 

—Se isso que queres fazer, eu vou apoiar-te, é para isso que os amigos servem—ele disse colocando a mão no meu ombro

—Obrigada, eu adoro-te muito—eu disse dando-lhe um beijo na bochecha e ele apenas deu-me um sorriso fraco

Comemos a salada, deitámos as embalagens fora, e sentamos-mos, no chão em frente ao mar, eu envolvi a manta em volta dos nossos ombros, ele passou o braço sobre os meus ombros, e eu encostei a minha cabeça no seu ombro, ele deu-me um beijo na cabeça, eu movi a minha cabeça, e cheirei a sua sweat, que cheirava a lavado e a perfume, em seguida cheirei o seu pescoço, e dei-lhe um beijo no pescoço o que o fez arrepiar, ele olhou para mim, analisando-me, ele olhou dos meus olhos para os meus lábios, e a seguir olhou de volta para os meus olhos.

Eu voltei a encostar a minha cabeça no seu ombro, e ele encostou a sua cabeça na minha, e assim ficámos, até á hora de ir embora.

Na hora de ir embora eu estava meio sonolenta, então ele levou-me ao colo, até ao carro, ele sentou-me no banco, ele deitou o banco para trás, tapou-me com a manta e colocou-me o cinto.

Eu adormeci, no caminho para casa, só acordei quando ouvi a voz da minha mãe, abri um pouco os meus olhos e percebi que estava deitada na minha cama.

—Obrigada, por a trazeres Manuel—disse a minha mãe

—De nada, não me custou nada—ele respondeu ele caminhou até mim e deu-me um beijo na testa—Até amanhã

Ele sussurrou, eu voltei a fechar os olhos, e adormeci.

Mais um capítulo, espero que tenham gostado, e até ao próximo capítulo😘