The stripper- Simone e Soraya

A dança

Soraya

Depois daquele almoço fomos para o escritório de Simone e passamos a tarde inteira ao redor de inúmeros papéis e planilhas. A aproximação com ela me fazia pensar em coisas que não deveria, podia ser loucura de minha parte, mas, as vezes, eu sentia os olhos dela sobre mim, de uma forma intensa, como Simone olhava para El jaguar. Ou talvez fosse apenas vontade do meu subconsciente que ela me olhasse assim também.

Soraya- A gente pode passar os planos do ano passado também.

Falei colocando alguns papéis em sua mesa, já passava das oito.

Simone- Seria uma ótima ideia, são esses?

Ela falou pegando os papéis.

Ouvi algumas fracas batidas na porta, e logo avistei César. Arregalei os olhos para ele, que não estava com uma cara nada boa.

César- Soraya posso falar com você?

Soraya- César...

Simone- Atenda ele, Srta Thronicke

Ela disse friamente.

Fechei os olhos e caminhei para fora da sala.

César- O que aconteceu com nosso jantar?

Ele perguntou um tanto irritado.

Soraya- Eu sinto muito, mas acho que não vai dar

Ele balançou a cabeça, colocando as mãos na cintura em uma expressão irritada.

César- Você esta me fazendo de idiota, me deu bolo pela segunda vez no mesmo dia!

Soraya- O que você quer que eu faça? Eu não tenho escolha! Acha que gosto de ficar estudando/ trabalhando até tarde?

César- Você sabe que tem escolha de ir embora, certo? Essa mulher mal entrou e está lhe explorando?

Soraya- Shii! Fala baixo! Você quer que ela nos escute? Eu preciso dessa bolsa!

Simone- Algum problema

Ouvi a voz de Simone atrás de mim

Soraya- Não senhora

César- Sra Tebet, não acha inoportuno o horário de aula?

César perguntou a desafiando.

Pude ver as veias de Simone tufar, e seu maxilar se endurecer, ela respirou fundo e então se pronunciou.

Simone- Sr. César, devo lhe informar que eu sou a presidente desta empresa/ faculdade, devido a isso eu não tenho que me esclarecer diante os horários de meus alunos. Se estiver achando tão tarde, por que ainda se encontra aqui?

Ela deu um tiro certeiro, eu não podia duvidar que, se César tivesse como mata-la através do olhar, com certeza já teria feito. As palavras de Simone foram precisas e arrogantes.

César- Tem toda razão, Sra. Perdoe-me pela pergunta.

Simone- Sem problemas. Srta Thronicke, assim que terminar sua conversa, preciso lhe mostrar alguns documentos.

Eu apenas assenti a mulher que voltou á sua sala, deixando-me em silêncio ao lado do rapaz

Soraya- Esses dias serão impossíveis, eu tenho que terminar um balancete geral com ela até segunda-feira, César, eu sinto muito.

O rapaz me olhou por alguns segundos, e então concluiu

César- Certo, fique com seu trabalho, boa noite.

Ele falou saindo

Se a intenção dele era fazer eu me sentir mal? Pronto! Ele havia conseguido, sua cara de decepção com minha resposta foi enorme.
Respirei fundo e voltei para sala, me deparando com a mulher mais atraente que eu já havia visto, eu já nem lembrava mais de César quando a via. Ela estava sentada, com sua camisa de botão clara, parcialmente desabotoada na altura dos seios, usava um óculos de grau que provavelmente seria apenas para descanso. Seus cabelos estavam presos em rabo de cavalo. E ela tinha uma expressão séria, e atenta à pilha de folhas em sua mesa. Me permiti pensar que passar tantas horas sozinha com ela era um atentado à minha sanidade.