Entre tapas e beijos

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Simone

Eu não conseguia acreditar no que havia
acabado de fazer. Eu havia dispensando uma boa e prazerosa noite de puro sexo com El jaguar. Deus!Eu andei de um lado para o
outro naquele corredor pensando na ideia
de voltar atrás e tomar aquela mulher nos
braços. Mas e Soraya? Por mais raiva que eu
tivesse sentindo aquela noite, eu não faria
tamanha traição.

E seria traição? Eu não tinha nada com
Soraya..ou tinha, não sei.

Neguei mentalmente caminhando para fora
da boate. O barulho enlouquecedor da
música sensual ficou para trás, deixando
apenas o silêncio daquela noite. Eu precisava colocar os pensamentos em ordem, eu precisava entender o que se passava em mim.

Entrei em meu carro, respirando fundo.
Encostei a cabeça sobre o volante tentando
acalmar meus pensamentos. Eu voltaria para casa e dormiria. Essa era a melhor escolha.

Por mais que eu ainda desejasse El jaguar com todas as forças do meu ser, eu gostava da Soraya, e era com ela que eu queria ficar.

Liguei o motor do carro dando partida,
saindo daquele lugar para quem sabe nunca mais voltar. Rodei algumas vezes pelo centro de Brasília, pensando na ideia de buscar Soraya.

Com toda certeza o problema com Damares já havia se resolvido. Demorei cerca de meia
hora até passar em frente ao seu prédio.

Com o carro seguindo lentamente eu pude
ver duas mulheres mais do que familiares.
Uma delas eu sabia, era Soraya. A loira
estava com mesmo vestido do jantar de horas atrás. E ao seu lado?

Aproximei mais com os vidros fechados. E
não era possível,eu não queria acreditar
nisso.

Rosângela abraçava Soraya por um longo
tempo e a mesma cuidava de retribuir da
mesma forma. Então era esse o problema
Com Damares?

Uma súbita vontade de sair daquele carro e
ir de encontro as duas tomou conta de mim,
mas eu não fazia tal gênero. Eu era superior
a tudo aquilo. Por mais raiva que eu tivesse,
eu não falaria nada agora. Fiquei mais alguns minutos assistindo a cena, até que Soraya  soltou Janja. E olhou em direção ao meu carro.

Droga! Ela sabia!

Acelerei o veiculo saindo daquele lugar Sem
sequer dar um sinal. Eu estava com raiva,
me sentindo uma otária. Era por esse tipo de
coisa que eu odiava me apaixonar.

E eu estava apaixonada?

Não.

Não.

Não!

Eu sentia raiva de mim, por ser imbecil a
ponto de recusar uma noite com El jaguar. Minha vontade agora era voltar naquela boate e foder até cansar. Mas eu não o faria, eu trataria de forma fria, como Soraya merecia.

[...]

Mau humor, raiva, e impaciência.

Definiam meu dia. Tomei um gole seco
do uísque mais forte como café da manhã
e cuidei de sair para faculdade Tebet. O
trânsito estava infernal, como o meu estado
de espírito. Fechei os olhos e as imagens
de Janja e Soraya se faziam presente, como
durante todas as horas que eu não havia
dormido aquela madrugada.

Lembrei do momento desperdiçado com
El jaguar.

Merda!

Buzinei uma, duas, três vezes para o carro
enferrujado à frente. Se não tinha dinheiro
para umn carro melhor que saísse das ruas.
Infeliz!

Minutos depois, eu estacionei em minha
vaga. Subi pelos elevadores. Os funcionários
correram para OS seus devidos lugares como de costume. Eu caminhei entre as pessoas com um olhar mortal. No decimo andar, vi Damares entrar.

The stripper- Simone e Soraya Onde histórias criam vida. Descubra agora