Pedido

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Soraya

Cheguei à conclusão de que tenho uma
espécie de atração descomunal a problemas.
Nada pode explicar o fato de eu sempre estar envolvida em um. Quando tudo parece estar bem à vida trata de jogar uma pitadinha de emoção, ou melhor, confusão para dar uma animada na maresia calma. Eu estava atrasada, o horário previsto para o ensaio já havia terminado e eu nem sequer estava dentro de um taxi indo para o apartamento de Simone, já que há horas atrás eu havia marcado com a mesma que dormiríamos juntas. Por Deus, tudo que eu precisava nesse momento era estar nos braços da  minha mulher.

-O que você pensa que está fazendo?

Mailza  perguntou rapidamente, segurando erm meu braço impedindo que eu seguisse.

- Me larga.

Relutei.

- Por Deus, Soraya! Não seja idiota.

Franzi o cenho em sua direção, pensando em como a mesma tem a ousadia. Ela revirou os olhos de forma tediosa e me puxou novamente para um canto mais afastado escuro.

- Você pode parar e pensar?

- Eu estou pensando muito bem!

Exclamei

- Não, você não está! Acha que vou fazer mal
a você?

Eu parei por alguns instantes olhando nos
olhos dela, e apesar de sua malicia evidente e seu jeito diferente. Mailza não era uma pessoa má. Eu a conhecia muito bem, sabia todas as suas manias e seus jeitos. Eu suspirei pesado, deixando os ombros caírem.

- Você não entende que não quero
problemas?

- Você não vai ter problemas, se fizer o que
preciso. Ninguém vai saber de absolutamente nada.

- Eu já menti demais, Mailza. Como vou saber que está falando a verdade?

-E o que tem? Uma mentira a mais e outra
a menos não faz diferença. Merda! Porque
diabos eu iria mentir?

Exclamou ela se.afastando, enquanto levantava as mãos para o alto.

Eu revirei os olhos, e bufei.

-E claro que faz, não vou dançar para você.
Não vou mentir mais para Simone.

- Simone, Simone, Simone.

Disse irritada

- Porque parece que o mundo gira em torno
dessa mulher?

- Sabe de uma coisa? Eu sei uma maneira de
resolver isso.

Ela virou em minha direção, com um olhar
confuso.

- O que vai fazer?

Dei de ombros e virei em direção ao salão
principal, seguindo rumo a sala de Michelle.
Ouvi a mulher chamar ao fundo, mas nem
sequer dei importância. Eu precisava dar um fim aquilo.

Bati seguidas vezes na porta de Michelle,
sentindo meu coração acelerar. Eu estava
decidida do que ia fazer, porém estava
nervosa o suficiente para abortar um filho, se eu tivesse um é claro.

-O que houve? Que desespero é esse?

Perguntou me olhando de olhos arregalados
e surpresos. Adentrei sua sala com pressa,
ficando de costa para a mulher.

- Soraya?

Chamou.

Eu respirei fundo, sentindo o ar entrar
com dificuldade em meus pulmões. Tomar
a decisão que tomei, e dizer a ela não era
uma tarefa nada fácil. Eu ia contra tudo que
aconteceu durante todos esses anos. Mas já
não tinha mais jeito, a situação não poderia
seguir assim.

The stripper- Simone e Soraya Onde histórias criam vida. Descubra agora