É hora de confrontar

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Simone

"Soraya Jaguar"

Não..

Não é possível!

Fiquei ali paralisada, olhando a mulher
entrar até a perder de vista. Eu fechei os
olhos, apertando com força as mãos contra
O volante. Uma súbita ira tomou conta de
meu corpo, uma espécie de frenesi de ódio
esquentou cada célula ali. Meu Deus, isso só
podia ser efeito do álcool, não tinha outra
explicação! Eu olhei para ambos os lados,
a rua estava escura e vazia e saí do carro.
Soraya iria me dar uma boa explicação para
isso.

Eu caminhei em direção à portaria, andando
de um lado para o outro tentando me
convencer da estúpida ideia de subir e
acabar com toda aquela farsa. Olhei entre
os vãos da grade não vendo nenhum sinal
de El jaguar. Eu não podia fazer isso, eu não era impulsiva e emotiva,mas, naquele instante, meu corpo gritava por respostas imediatas, mas eu não podia, aquela não era eu. Muito pelo contrario, eu era fria e extremamente calculista. Caminhei com pressa até o veiculo que estava do outro lado da rua com a porta escancarada, entrando no mesmo e a fechando com força.

- Idiota! Burra!

Gritei esmurrando diversas vezes o volante do carro.

Eu poderia matar alguém naquele instante
com a raiva que me consumia. Fechei
os olhos, respirando fundo, deixando
que o oxigênio chegasse a meu cérebro
ou a qualquer momento eu morreria ali
mesmo. Olhei mais uma vez para o prédio
onde Soraya morava, deixando a ideia de
desmascará-la para depois.

Liguei o carro, dando partida com o mesmo
em direção ao meu apartamento.

O céu continuava nublado e carregado de
chuva sendo cortado hora ou outra por raios
luminosos. Aquela noite não poderia ficar
pior. Saí do carro batendo a porta com força,
seguindo em direção ao elevador do enorme
prédio.

Maldita Stripper!

Servir-me de um copo de uísque foi a
primeira coisa que fiz ao entrar em casa,
tomei o liquido de uma vez,fechando os olhos sentindo descer rasgando tudo garganta à baixo, deixando para trás somente a ardência em meu interior.

Como você pode ser tão burra, Simone?! A
filha da puta te enganou esse tempo todo! E
ainda fazia o teatrinho de boa moça! Vadia!!

Caminhei em direção ao deque de meu
apartamento, deitando em uma das
espreguiçadeiras debaixo da cobertura.
Tudo estava se completando agora... Por isso
El jaguar nunca tirava sua máscara para mim, por isso os olhos tão familiares, o corpo tão fodidamente bom,as reações parecidas... meu Deus, que feitiço aquela mulher havia jogado sobre mim? Justo em mim?!

Deus!

Soraya mentiu para mim esse tempo todo...
Ela não devia, não devia!!!

Ela não sabia com quem havia se metido.Se
havia algo que eu odiava era ser enganada.
Soraya Thronicke brincou comigo durante todo esse tempo, manipulando feito um fantoche de sua pecinha de teatro.

Eu neguei com a cabeça, ainda processando
o mundo de informações que passaram a se
Conectar em mim. Todos os momentos, os
beijos, os olhares. Tudo estava se unindo em
uma repleta mentira.

A verdade, o tempo todo, esteve em minha
cara, e eu simplesmente a deixei passar. O
desejo por El jaguar e o amor por Soraya me
cegaram de uma maneira inconsequente e
desmedida. As duas mulheres eram uma. Apenas uma.

Abri os olhos afastando aquelas lembranças,
sentindo a raiva tomar conta de todo meu
corpo. Arremessei o copo de uísque na
parede, vendo o mesmo se espatifar. A
vontade que eu tinha era de ir naquele
apartamento e arrancar a verdade daquela
mulher, ouvir de sua boca maldita como ela
havia me enganado. Mas eu não faria assim,
eu faria bem melhor. Se Soraya Thronicke achava que sabia jogar, é porque ela ainda não havia me conhecido.

The stripper- Simone e Soraya Onde histórias criam vida. Descubra agora