Que comecem os jogos

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Bom minhas gays favoritas, nesse capítulo vai ser obrigado vocês lerem com uma música! Sendo elas Pour it UP- da Rihanna e a outra Drunk in love- da Beyoncé. Escutem pelo Spotify

Simone

- Simone, você deveria vir! Eu sinto sua falta

Ouvi a voz de Fairte tentando me repreender do outro lado da linha.

- Eu não posso ir, tem ideia de como sou ocupada?

- Mas já tem meses que você não vem me visitar filha

- Dona Fairte, por favor. Não é fácil pra mim, e você sabe.

- Você tem que vir filha eu tô com saudades

- Eu não posso!

- Você pode sim, cala a boca. Venha esse final de semana. Irei comemorar meu aniversário

Respirei fundo tentando me acalmar. Já fazia meses que não via ela, não que eu não tivesse vontade de estar com minha mãe. Mas era um tanto complicado ficar com ela, e além disso, tinha muitos compromissos para cuidar, o que era uma boa tática  de fugir desses encontros. Mas pelo visto, dessa vez eu não escaparia, Fairte estava decidida a me fazer ir.

- Eu vou pensar ok? Quem sabe final de semana eu apareço aí

- Pense com carinho, ou não. Mas venha, farei seu bolo favorito.

Sorri ao lembrar o quanto eu mamãe éramos unidas.

- Vai mesmo fazer?

Perguntei sorrindo

- Sim, eu estou com saudades de você Sisa

Seu tom de voz foi melancólico, me provocando um aperto no peito, em saudade de estar junto dela.

- Eu também estou com saudade Dona Fairte

Ouvi a respiração dela do outro lado da linha, compassada e calma

- Eu preciso desligar está bem? Pode me ligar quando quiser.

- Tudo certo, vou esperar você aqui esse final de semana.

- Tenha uma boa noite Fairte.

- Boa noite Sisa.

Desliguei a ligação, deixando o aparelho de lado. Ligações encontros com minha família sempre me deixavam meio melancólica. O que eu odiava, era complicado se sentir tão frágil, não era de minha natureza, não mais. Fechei os olhos me encostando no estofado de minha cadeira, tentando fazer os músculos de meu corpo relaxarem, o que não aconteceu. A essa hora eu já estava sozinha no prédio, apenas os ruídos dos carros e do movimento trânsito em Brasília preenchia minha sala aquele instante. Me levantei e me servi um copo de uísque, meu companheiro de todos os dias, caminhando para a enorme vidraçaria no qual eu poderia ter uma linda visão da cidade completamente iluminada aquela noite

Em certos momentos eu poderia me sentir sozinha, e achar ruim. Mas em outros a solidão preenchia com a calmaria que me fazia tão bem, era no mínimo reconfortante se sentir fora do mundo onde se tem tantos problemas e deveres. As vezes eu apenas precisava esquecer de quem eu era, ou de quem seria

" Caramba Simone, você está sozinha demais"

Pensei tomando um gole do meu uísque

Olhei para o relógio, vendo que já estava mais do que na hora de sair, e me perder por alguns instantes no corpo da mulher que eu mais desejava.

Em menos de meia hora eu já estava estacionando meu carro na garagem da boate. Ajeitando alguns detalhes em mim, vesti meu sobretudo, e segui rumo ao prédio. E caramba, será que aquele lugar sempre estava lotado? O amontoado de gente na fila para comprar as entradas era enorme, mas como em certo prestígio e conhecimento, eu entrei sem se quer esperar.

The stripper- Simone e Soraya Onde histórias criam vida. Descubra agora