O início do fim.

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Carla

Eu não podia acreditar no que Michelle
havia me contado.Passamos um belo par de
horas conversando sobre o que fazer para
acabar com essa palhaçada. E já estava na
hora de colocar nosso plano em ação.

Simone Tebet era minha, e de mais ninguém.
Adentrei a faculdade Tebet como um
furacão. Pouco me importando com os
olhares que recebi, eu sabia que o jogo estava mudando,e eu mostraria pra Soraya quem é que estava com a vantagem.

Logo chamei o elevador e ele não demorou
muito a chegar. Entrei recebendo mais alguns olhares pecaminosos. Parecia que estava naquele cubículo há um século quando o elevador finalmente parou no timo andar.

Saí encontrando o lugar de Soraya vazio. Mas eu ouvi algumas vozes vindas de uma das salas de reunião, pensei que seria Simone  já que a sala da mesma estava fechada e a sua "cachorrinha" não estava em sua mesa, decidi seguir o barulho para ver quem eu encontrava.

Assim que me aproximei da sala puder ouvir duas vozes, uma era a de Soraya. Tinha certeza. E a outra, aquela voz era familiar, eu reconheceria essa voz em qualquer momento, isso, era a voz da amiguinha dela, aquela que estava de rolo com Haddad. Damares. Sim, aquela mulherzinha totalmente ignorante.

Pareciam mesmo que elas eram melhores
amigas.

Pude ouvir algumas partes, falavam de
uma discussão com uma tal de Sinu, que havia interrompido. Falaram algo
relacionado à Boate. Exatamente onde
eu queria chegar. Quando elas embarcaram
nesse assunto, sabia que ali seria minha
deixa. Eu agiria agora. Entrei na sala sem
nem ao menos bater e as duas se viraram
para a minha direção com olhos arregalados, e claramente nervosos. Elas se entreolhavam e eu apenas observei.

-Estou atrapalhando algo?

disse de forma cautelosa e extremamente calma.

Damares foi a primeira a responder,com sua
afiada língua.

-Sim,está atrapalhando. Aliás,você sempre
atrapalha a vida alheia, Carla.

Soraya que permanecia em silêncio olhou
estática para a amiga que apenas sorriu de
canto.

-A única que atrapalha a vida alheiaéa sua
amiga, Damares,que está muito boa nisso, por sinal. Queria saber como você consegue, Soraya,ser tão dissimulada.

soltei um olhar penetrante para Soraya que logo se recompôs e me olhou.

-Como eu consigo o quê, Carla?

Ela respondeu de forma rude. Ela estava nervosa.

E isso era ótimo.

-Você sabe, Soraya. Ou melhor, queria muito
ter uma conversa com você, podemos? E do
seu interesse, posso garantir.

Damares olhou para Soraya que assentiu, saindo da sala, nos deixando a sós. 1 a 0 Thronicke.

Assim que ouvi a porta bater, e ter a certeza
que a leoa já havia saído e estávamos apenas eu e ela,era a hora de jogar.

- O que você quer, Carla? Diga logo e vamos
acabar com isso.

- Soraya, nós estamos apenas
começando,querida.

disse me aproximando da mulher que me olhava com raiva nos olhos.

-Começando o quê exatamente? Será que
posso saber?

-Isso, Soraya, nossa conversa. Ou você achou
mesmo que ia me enganar Com essa sua
vidinha dupla?

soltei de uma vez a bomba.

Soraya ficou estática, podia ver o sangue
parando de circular por seu rosto. Ela não
esperava por isto. E eu a peguei direitinho.

-0 que é, Soraya? Achou mesmo que eu não
ia descobrir? Fico me perguntando como uma mulher como Simone, inteligente, poderosa, não descobriu essa sua farsa.

Olhei a mulher que apenas me olhava sem palavras.

Aproveitei que ela não passava de uma
garotinha inofensiva e fui me aproximando.

-Ao mesmo tempo em que estou torcendo
para essa sua máscara cair, eu quero muito
saber o final dessa história. Bom, o final na
verdade eu já sei. E eis aqui ele: Simone vai
descobrir que você não passa de uma puta
querendo o dinheiro dela, como todas as
outras. Vai te demitir daqui, porque ela vai
ter nojo de olhar pra essa sua cara cínica. E
depois, vai vir correndo pros meus braços,
os únicos braços no qual ela pode confiar
de verdade. Porque você não passa de uma
putinha barata

cuspi as palavras bem perto do rosto dela, apenas esperando seu ato.

Soraya pareceu ter nutrido forças daquelas
palavras e elevou sua mão para acertar em
meu rosto, e aí então eu tinha conseguido
exatamente o que eu queria.

Olhei em seus olhos e disse:

-Vá em frente, bate. Bate e me dá apenas
mais um motivo para ir até a sala de Simone
contar tudo pra ela. Vamos lá, Soraya, bate.

Me mostra que é mulher, e eu vou te mostrar que eu sou o triplo do que você é. Porque essa palhaçada com a Simone não passa de uma boa foda. Porque é só isso que ela quer com você. Então, Soraya, estou te dando uma chance de sair do meu caminho, antes que você se arrependa de um dia ter se tornado El jaguar.

Disse tudo em um tom sério, enquanto
Soraya me fitava com os olhos mortais.Acho
que se ela pudesse matar com um olhar eu
certamente não me encontraria mais nesse
mundo.
Soraya tinha sua mão a centímetros do meu
rosto.

Apenas desviei meu olhar, dos seus olhos
para sua mão e voltei para seus olhos para
finalizar com chave de ouro.

-Sabia que tomaria a decisão certa, Thronicke.
Passar bem. E, lembre-se, te dou até a
próxima dança de El jaguar para você contar para Simone. Caso contrário, nem se dê ao trabalho de aparecer aqui no dia seguinte.

Saí, do mesmo modo que entrei, no maior
silêncio. O hall continuava vazio. Decidi não
falar com Simone hoje,apenas fui em direção aos elevadores e entrei,sentindo-me vitoriosa.

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Soraya

Raiva. Nojo. Humilhação. Era tudo que
estava sentindo naquele momento. Como
eu quis ter acertado aquele tapa nela. Mas
era exatamente o que ela queria, eu já havia
entendido seu jogo. E aquilo não ia ficar
barato. Ela queria jogar, ia mostrar pra ela
que isso ia muito mais além do que Soraya/
El jaguar. Ela estava entrando em um jogo que só eu poderia ganhar e eu sabia exatamente quem iria me ajudar. Peguei meu telefone discando aquele número já conhecido por mim.

-Hey! Preciso muito da sua ajuda. Me
encontra pra almoçar daqui a 40 minutos?
Carla descobriu tudo, e eu preciso resolver
isso.

[..]

Não tive notícias de Simone a manhã toda,
ela apenas mandou transferir suas ligações e cancelar sua reuniões para aquele dia e não ser incomodada.

Já haviam se passado os 40 minutos. Foi
quando decidi ir almoçar. Tinha uns assuntos para resolver. e uma pessoa pra encontrar.

[..]

Já eram 4 da tarde, quase fim de trabalho.

Simone não saiu todo o dia, apenas ficou em
sua sala, resolvi não incomodar.

Estava totalmente inerte em meus trabalhos
quando uma voz familiar me tirou a atenção.

Olhei para cima dando de cara com Janja.

The stripper- Simone e Soraya Onde histórias criam vida. Descubra agora