Amor sem democracia

25. Trisal

Acordou com uma chuva de beijos em seu pescoço e antes de abrir os olhos ela abriu o sorriso. Era incrível como Simone era carinhosa.

Não passava das 8 horas da manhã, Soraya queria continuar dormindo mas Simone, com toda a correria e ansiedade pela campanha e o segundo turno, não conseguia desacelerar.

Thronicke resmungou mas cedeu e ambas foram tomar café juntas, Simone trouxe doce de leite, pão de queijo e outras delícias de Minas Gerais, falava do café da manhã no hotel que ficou e de todos os momentos que lembrou da Senadora.

Passaram o domingo inteiro assim, juntas! Assistindo séries, transando, tirando cochilos de conchinha, pedindo comida por aplicativo e conversando coisas do passado, presente e futuro.

- Amei sua pipoca!

- É a única coisa que eu sei fazer direito.

- Hahahaha, nossa Soraya, exagerada! Eu sei cozinhar muito bem, não faço isso a um bom tempo, mas sei.

- É que você é boa em tudo né menina prodígio? - Soraya engatinhou no colchão até ficar em cima dela. - Em tudo, tudo, tudo...

- Depende da inspiração! - respondeu sorrindo e segurando sua cintura.

Os cabelos de Soraya caíam em sua direção como cascatas emanando o perfume tão agradável do seu shampoo e Simone se posicionou pra receber os lábios apaixonados que desciam na mesma direção. Se beijaram com tanto carinho, entrando num plano onde nada mais existia.

Simone passou as mãos em suas pernas eram tão macias e lisas, diferentes das pernas de seu marido, concluiu que preferia as de Soraya.

Recebeu o peso do corpo da senadora sobre o seu, se olhavam e se beijavam cada vez mais devagar, cada vez mais gostoso! Simone levantou o pijama de Soraya e essa se deixou despir sem nenhum pudor, sentindo as mãos quentes de Tebet acariciando sua pele... foi cedendo ao toque até começar a arrepiar.

Simone as virou num movimento sutil, ficando por cima dela, tirou a calça, a calcinha e deitou novamente desfrutando o máximo de superfície de contato possível. Sua pele deslizava na pele lisa e macia de Soraya, era uma massagem mútua, uma dança lenta...

Aproveitou a posição pra distribuiu beijos por todo o corpo de Soraya sem pressa nenhuma, estava numa sintonia fora daquela galáxia, no spotify a voz embriagante de Etta James começou a soar nesse momento:

I want a Sunday kind of love
A love to last past Saturday night...
And I'd like to know it's more than love at first sight
And I want a Sunday kind of love

De alguma forma não estavam mais presentes nesse planeta, não era 2022, não existiam eleições ou disputas... só existiam seus corpos, suspensos no universo, deslizantes, roçantes, inquietantes se tocando e explodindo com cada choque, como se dalí fosse nascer uma supernova.

Soraya havia entendido o recado, a lentidão daqueles movimentos. Fechou os olhos e sentiu cada parte tocada por Simone, queria saborear ao máximo o fato de estar sendo saboreada. Percebia a pele arrepiar, o rastro dos lábios molhados, a pressão, o calor.

I need a Sunday kind of love
I do my Sunday dreaming, Oh yeah
And all my Sunday scheming
Every minute, every hour, every day

Simone sentia o mesmo, cada minuto, cada hora, cada dia... desfrutava do percurso intuitivo de seu desejo desenhado e rabiscado no corpo de Soraya com as mãos, as pontas dos dedos, a boca, a língua. Abriu as pernas de Soraya e se acomodou alí beijando seu pescoço.