Com Simone Tebet e Soraya Thronicke.
ATENÇÃO: Isso é uma ficção!
Essa fanfic tem o único intuito de entreter! As duas pessoas escolhidas pra inspirar as personagens da história NÃO VIVEM uma relação amorosa na vida real e, portanto, não devem ser i...
O tão esperado dia das eleições havia chegado, 2 de outubro, Simone Acordou cedo e foi às urnas, votou, tirou fotos, deu depoimentos contra polarização e embarcou novamente para São Paulo, ia acompanhar a apuração dos votos por lá.
Entrou novamente no avião fretado por sua equipe e sentiu certa decepção ao não encontrar Soraya daquela vez. Será que ela já tinha votado? Abriu as redes sociais de sua oponente e viu seus Stories.
- Tão linda e tão burra - comentou olhando as fotos.
Lembrou novamente da época da faculdade, quando Soraya se juntava com os piores alunos da turma, quase precisou repetir sua matéria. Já era uma mulher muito bonita naquela época, com a expressão seria e meio deslocada, o tempo só fez bem pra ela, pensou.
Recebeu uma notificação do Google com o título "chamada de traidora do MS, Soraia sai da eleição como onça lacradora". Clicou no mesmo instante, seu interesse repentino pela candidata agora se concretizava pelos algoritmos.
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A matéria que acabava de sair no jornal informava as agressões verbais que ela recebeu durante essa mesma manhã quando foi votar. Um vídeo mostrava eleitores vaiando Soraya em sua zona eleitoral.
Era engraçado zombar de sua ex aluna de Direito, mas ao ver aquele video Simone sentiu um verdadeiro incômodo. Terminou de ler e abriu o Instagram novamente, resolveu mandar uma mensagem para ela.
Bom dia, quase tarde, candidata tudo bem? Ontem pedi teu celular, já que não me mandou vou passar o meu, anote aí (13) 1313-1313 e me mande uma mensagem. Hoje o dia será longo para ambas. Boa apuração pra nós. Abraços cordiais.
Desligou o celular e resolveu ler o livro "Como ligar o foda-se", que sua filha Fernanda lhe deu, carregou durante toda aquela tarde esse incômodo no peito, isso que não entendia bem mas sabia que tinha a ver com a outra.
Soraya já estava a caminho de Brasília quando viu a mensagem da MDBista no seu Instagram.
- Ai ai, o que essa mulher quer Afinal?
- Quem?
- A Simone, parece que ela está no meu pé desde aquele debate.
- Deixa eu ver... - Christian leu a mensagem. - olha monamu, parece que ela quer uma aliança, não sei, tarde demais para isso inclusive... Hummm, Porque você está vendo os estories dela? tu nunca faz isso.
- Sei lá, tô pensando se adiciona ela ou não, tá na cara que nenhuma vai vencer a eleição né.
Christian observava atentamente a maneira como sua amiga olhava para aquelas fotos, ainda conseguia identificar um brilho antigo alí, o mesmo presenciado anos atrás quando Simone entrava na sala de aula e sua amiga mudava a postura drasticamente.
- Dá esse celular aqui. - tomou o aparelho das mãos dela e voltou a abrir a conversa no Instagram - não temos nada a perder... pronto adicionada... Vamos mandar um oi
- Que? Não precisa, pra quê? - Respondeu ela tentando pegar seu celular de volta sem êxito.
- "Profe? Prof?". Que merda Christian. - Soraya apagou a mensagem imediatamente - se fizer isso de novo eu corto os seus direitos trabalhistas - brincou.
- Mais do que tu já cortou? - riu ele.
A candidata apenas guardou o celular longe da vista do seu fiel escudeiro enquanto o avião pousava em Brasília, a apuração estava prestes a começar, era a Hora da Verdade.
A noite caía e Maçonaro estava na frente, porém ainda faltava o Nordeste que logo viraria o placar, Soraya observava com certo de desânimo a quantidade de seus votos.
- Sempre assim, os homens em primeiro lugar!
- Uiii, que feminista ela.
- Deus me livre de ser feminista.
- Amor, você ter participado das eleições me faz te enxergar como feminista, Aceita que dói menos e vem para o lado progressista da força.
Ela sorriu e pegou seu celular, recebia ligações e mensagens incessantes da mídia, todos querendo saber quem ela apoiaria no segundo turno, mas não contestou ninguém, precisava aguardar o posicionamento do seu partido. Abriu pela milésima vez aquela conversa no WhatsApp, Simone não havia mandado nada, só se via alí a mensagem apagada e nada mais.
- Pois eeeeeeeeeu tô passadan e chocadan que "Tablet" ultrapassou o Ciro, a bicha arrasou mesmo viu? Se eu fosse você ligaria para ela agora e aceitava a tal parceria.
- Que parceria? ela não quer parceria nenhuma.
- Mulhéeer... Vai saber... Aproveita que ela tá te dando essa moral aí e liga para ela.
Cristian tinha razão, pelo esboço formado pela apuração, Simone certamente seria a maior vitoriosa daquelas eleições, ficaria em terceiro lugar, essa aproximação poderia ser vantajosa, pegou o celular e ligou sem pensar no que dizer, não sabia que ela atenderia tão rápido.
- Eerr... Alô... Simone?
- Oi Soraya, querida, já salvei seu número aqui.
Soraya sorriu de lado mordendo delicadamente o lábio, Christian assistia aquela cena atônito, se Nazaré Tedesco estivesse naquela sala também sentiria de longe o cheiro do couro.
- Onde está acompanhando a apuração?
- Em Brasília e você?
- São Paulo.
- Ah, Claro.
O silêncio incômodo tomou a ligação, por segundos...
- E o que se deve essa ligação tão repentina?
- Eerr, eu só, queria te parabenizar pelo terceiro lugar.
- Mas a apuração nem acabou.
- Vamos, não há dúvidas do seu terceiro lugar, enfim, parabéns, por mais mulheres nos espaços de poder
"meu Deus que tipo de frase idiota é essa?" pensou "tô parecendo militante do PSOL"
- Obrigada querida, parabéns pela sua campanha. Pelo visto teremos segundo turno, quando tudo se tranquilizar Vamos tomar um café juntas. Só nós duas, o que acha?
A voz de Simone era tranquila mas a hesitação da resposta a fez titubear do outro lado da linha, o convite foi inconveniente? Porque se sentia assim, nervosa? Era apenas a Soraya, a louca da Soraya.
- Claro, Claro, Vamos sim. - respondeu finalmente a onça do MS - agora com esse meu número pessoal fica mais fácil marcarmos. Vou cobrar esse café.
- Pode cobrar querida - ela sorriu pra dentro - Abraços... Tchau.
Desligaram o celular e Tebet ficou alguns segundos olhando pra ele sentindo uma estranha adrenalina em seu corpo.
- Amor! - chamou Eduardo caminhando em direção a ela e quebrando essa sensação. - está perdendo a apuração, Lula ultrapassou, com quem falava? Você disse que não atenderia ninguém hoje.
- Ah, não era ninguém... é... bom... uma amiga... da faculdade. - não sabia porque mentia.
- Vem, vamos voltar pra sala, estão todos te esperando.
- Claro claro - respondeu acompanhando seu marido mesmo que sua mente ainda estivesse longe, lá em São Paulo pra ser mais exata.