24. Uba uba uba, hey!

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- Boa noite, licença.

- Boa noite Soraya, sente-se por favor.

Ela sentou em uma das cadeiras da pequena mesa de varanda de César onde um dos assessores já se encontrava.

- Bom, aproveitando que você me ligou queremos combinar juntos os próximos passos - disse César.

- Ahhhhh eu processaria! TODAS!!! Uma por uma... espera... Isso seria homofobia? - questionou.

- Soraya o melhor a fazer sobre esse assunto é não se pronunciar agora.  -  disse o assessor.

- Concordo! - confirmou César e olhou para Soraya que cedeu e assentiu com a cabeça - vamos observar a repercussão disso e daí decidimos okay? Agora... vamos ao seu Tweet.

- Qual?

- Sobre o bolsonaro ser de esquerda. Teve muito engajamento, foi polêmico... no mínimo!

- Senhora Soraya, analisamos os dados, se bolsonaro perder você pode pegar grande parte do eleitorado da direita dele...

- Exato, ainda mais reforçando que sempre esteve à direita de todos como fez nesse Tweet.

- Okay, e se ele ganhar eu posso continuar me colocando como oposição - ela falava e olhava os dois homens à sua frente que escutavam com atenção -  bolsonaro foi burro, não foi liberal na economia como a direita prega, então... os que se decepcionam, e não são poucos, vão correr pra mommy aqui.

- Isso! Essa é uma estratégia que nós dois também pensamos ser a melhor -  César olhava com um pouco de receio havia um brilho diferente em Soraya, algo estava acontecendo...

- Arriscada estratégia mas funciona, temos modelos de outras frases nessa linha da sua, de jogá-lo à esquerda... toma, dê uma olhada.

- Perfeito senhores - respondeu levantando da cadeira e pegando o papel - continuo nos tweets polêmicos, uma exagerada aqui, outra alí... os holofotes sempre chegam. Já encerramos, certo?

César também levantou. - Já sim, mas está com pressa?

- Sim, vou pra São Paulo daqui uma hora.

- Sábado à noite?

- Sim César vou passar o domingo em São Paulo, algum problema?

O assessor se retirou da varanda em direção ao banheiro mas antes se despediu da senadora.

- Espera Soraya... não vai me dizer que... -  silêncio - ...você está mesmo se encontrando com a Simone.

- Okay, não te direi isso, tchau César.

- Soraya... Sor... espera!

A senadora não olhou para trás, pegou seu carro e foi em direção ao aeroporto para o último voo à São Paulo.

Durante o voo ficou pensando na rápida reunião com César e o assessor, ela já havia pensado nessa estrategia antes mas ter o apoio do partido era melhor ainda, não acreditava 100% nas palavras daquela folha que recebeu mas parecia a melhor opção... e daí mentir um pouco? Os homens estão na política fazendo isso a anos...

Simone já tem seu eleitorado agora era a vez dela se mover e angariar a sua parcela também... "Estou no jogo, vou jogar!".

Aterrissou em São Paulo e chamou um Uber, elas haviam combinado de ficarem no apartamento de Tebet dessa vez, chegou na madrugada de domingo, Simone abriu a porta e a abraçou com todo carinho do mundo. Como era acolhedor aquele abraço.

- Ai que saudade do seu cheiro Soso, entra, vem...

- E eu do seu. - sorriu e acabou com a distância entre elas num beijo apaixonado...

Amor sem democraciaOnde histórias criam vida. Descubra agora