Um Coração em Conflito

8 - Eu vou chama-lo

Magnus teve que permanecer em observação por mais um dia inteiro na enfermaria, apenas para ter certeza de que não haveria mais nenhum efeito colateral do veneno.

Amanda ficou ao seu lado em grande parte daquele dia, lhe paparicando e contando sobre suas Selecionadas.

Era secretamente inegável que Magnus teve uma curiosidade um pouco maior sobre Isabelle Lightwood, iludido em descobrir alguma coisa sobre seu possível irmão, mas não havia nada ali. Apenas as profissionalizações impressionantes daquela jovem de 20 anos.

Ao entardecer, Amanda foi embora e Magnus jantou com Catarina ali mesmo, mas não houve mais nenhuma provocação da parte dela sobre "visitar o anjo que o salvou".

O recado já estava dado, e Magnus realmente o recebeu porque não conseguia pensar em outra coisa.

Estava tentando se convencer de que era apenas curiosidade em ver o rosto do seu salvador, já que sua visão esteve embaçada durante os minutos ou horas que passou naquele esconderijo, apenas ouvindo a voz de Alec, as batidas ritmadas de seu coração, e sentindo a calorzinho de suas mãos unidas.

Com certeza essa curiosidade passaria de vez quando enfim o visse e o agradecesse, e então poderia seguir com sua vida normalmente, como se nada tivesse acontecido.

- Você tem visita. - Catarina anunciou de repente, retirando o prato vazio de suas mãos e o despertando de seus devaneios.

Ela desapareceu pelo escritório e Magnus teve um breve segundo de susto ao ver uma cabeleira negra se aproximando, a única coisa que realmente conseguiu ver de Alec há quatro dias, mas concluiu que estava beirando a insanidade porque aquele ali era Will, seguido por Jace, Simon, Sebastian e Raphael.

Todos os seus Selecionados estavam ali, são e salvos, sorrindo e ignorando completamente aquela idiotice de reverência.

Foi inevitável sorrir de volta.

- Meninos! Como é bom vê-los.

Jace deu uma piscadinha antes de se esparramar na ponta da cama e Simon lhe deu um tapa na perna, horrorizado pelo abuso, mas Magnus gargalhou e convidou todos para se sentarem confortáveis ao seu redor.

Will e Sebastian sentaram de um lado, Raphael do outro, e após um momento de hesitação, Simon empurrou as pernas de Jace e se acomodou ali.

Foi tão engraçado ver Jace mostrando a língua para ele, irritado e ao mesmo tempo quase afetuoso, que Magnus não conteve outra risada.

- Vejo que estão se dando muito bem.

- Há controvérsias quando se trata desses dois. - Sebastian disse divertido. - Às vezes o Simon e o Jace parecem dois irmãos travessos implicando com o outro, mas acho que todos estamos criando algum laço entre nós.

- Will veio conversar com a gente depois do ataque. - Raphael prosseguiu. - Ele ficou preocupado com o senhor e queria que enviássemos energias positivas na sua recuperação.

- AÍ de repente estávamos conversando como se nos conhecêssemos a vida toda. - Will finalizou com um sorriso orgulhoso, e Magnus sentiu uma palpitação de satisfação no peito.

- Era isso mesmo que eu queria. - Ele confessou. - Tive medo de que houvesse algum desentendimento entre vocês por isso ser uma competição, mas foi justamente o contrário e eu estou muito feliz. Espero poder fazer parte do grupo.

Suas bochechas esquentaram um pouco ao confessar a última parte, mas os 5 rapazes sorriram e relaxaram na cama.

- É para isso mesmo que estamos aqui. - Jace garantiu.