Magnus sabia que estava velho demais para procurar o colo da mãe, mas ele ficou ali pelo que pareceram horas, sentindo a mão gentil dela acariciando seus cabelos enquanto ela cantarolava uma música em indonésio.
Era quase como ter 5 anos de novo, onde ele se refugiava nos braços dela quando havia uma forte tempestade lá fora.
Agora, no entanto, a tempestade eram seus sentimentos. Era uma guerra entre seu desejo e seu destino, e ele não sabia para quem devia torcer.
Beijar Alec foi a experiência mais prazerosa de toda sua vida, e não apenas pelas reações do seu corpo, mas também pela calmaria que veio junto.
Magnus não pensava em nada quando estava nos braços dele. Não havia preocupações, medos ou deveres. Só havia paz e um amor impossivelmente mágico.
Alec lhe tocava com tanto carinho, lhe beijava com tanta devoção, e cada gemido rendido que escapava da garganta dele parecia o Aleluia de um Anjo.
Ele era protetor, inteligente, generoso, ridiculamente lindo, e de bônus sabia cozinhar, mas o melhor de tudo é que ele pareceu verdadeiramente interessado nos projetos da Instituição, a coisa mais importante da vida de Magnus.
Num cenário perfeito, Alec estaria ao seu lado, sem regras ou julgamentos. Ambos lutando juntos por um mundo melhor, mas o problema é que os obstáculos da realidade não permitiam a existência desse cenário.
Magnus sabia que seu dever era apenas cumprir ordens, liderar sem sentimentalismo, casar com uma moça de Elite e ter herdeiros de sangue puro que seguiriam os mesmos passos até o fim dos tempos.
Qualquer coisa fora desses padrões geraria um escândalo inimaginável, por isso Magnus ficou em silêncio quando a mãe perguntou o que tinha acontecido.
Ela não insistiu, apenas começou a acariciar seus cabelos e cantarolar.
Magnus teria permanecido ali a noite inteira, mas tinha noção que estava ficando tarde e a mãe precisava descansar, então se levantou e a beijou na testa.
- Hoje foi um dos melhores dias da minha vida, mãe. - Ele se limitou a dizer. - Eu só não queria que tivesse acabado.
Shelby assentiu devagar, sua expressão serena de sempre, mas também especulativa.
- Tem alguma coisa que você queira me falar? - Ela perguntou sem nenhum tom de exigência, mas Magnus sentiu o próprio sangue interrompendo a circulação.
*Será que ela desconfia de alguma coisa?*
- Tipo o quê?
- Eu não sei, querido. O que você quiser.
Magnus se manteve em silêncio.
- Eu sou sua mãe, Magnus. Mas você sabe que eu também sou sua amiga. Se alguma coisa está acontecendo você pode conversar comigo.
*Tudo bem. A verdade é que a minha noiva vem destruindo a minha saúde mental há anos, e agora eu conheci uma pessoa que está me mantendo estável. Ele está me dando forças para não sucumbir a um abismo tão profundo que não teria mais saída. Ele está me protegendo, talvez até me amando, mas eu não posso ficar com ele e nem te contar nada disso porque partiria o seu coração e enlouqueceria o meu pai.*
Magnus sentiu a garganta fechando e os olhos ardendo só de imaginar desabafando isso.
Ele sabia que precisava ao menos tentar reorganizar sua vida, com urgência, e conversar com Amanda seria o primeiro passo, mas automaticamente ele sentia vontade de voltar para o colo da mãe e chorar.
Em vez disso ele lhe deu outro beijo e começou a se afastar.
- Eu não quero magoa-la, mãe. E é por isso que eu não posso te envolver nos meus problemas.
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Um Coração em Conflito
FanfictionA vida de um Príncipe deveria ser mágica, principalmente quando se é Herdeiro de um país e está prestes a se casar com a mulher perfeita. Mas como impedir o conflito do seu coração com a chegada de um novo funcionário que acaba se tornando exatamen...