36- Bom trabalho, Soldado

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A casa dos Lightwood tinha apenas um quarto de hóspedes, mas também tinha um escritório com um sofá cama, e foi lá que Alec e Isabelle se acomodaram.

Magnus ficou com o quarto simplesmente porque Maryse colocou sua mala lá e ignorou os seus protestos de que podia ficar com o sofá.

Alec também teria insistido nisso porque um pouco mais de conforto numa casa pequena, comparando com um Palácio da Realeza, era o mínimo que ele merecia, mas vê-lo entrando naquele quarto e fechando a porta depois de um Boa Noite, foi mais inquietante do que Alec podia imaginar.

Tão inquietante que em algum momento daquela noite, do nada, Isabelle lhe deu um chute por baixo das cobertas.

- Ai! - Ele resmungou surpreso. - Por que você fez isso?

- Porque parece que eu estou dormindo com um peixe, Alec. E não é legal. Então para de ficar se remexendo e vai logo atrás dele.

- Mas... - Alec começou e então desistiu de argumentar porque queria ir de qualquer jeito. Ele só precisava de um incentivo, que nesse caso foi um chute da irmã, mas era necessário ter cuidado, porque para seus pais, Magnus ainda estava, tecnicamente, noivo de Amanda, sem mencionar que todos sabiam que um membro da segurança no quarto de um Príncipe era proibido, seja onde fosse, e, no entanto, Alec jogou o foda-se para as preocupações e se esgueirou pra fora do escritório.

Com poucos passos silenciosos, ele parou diante da porta do quarto de hóspedes e pensou em bater, mas não queria acordá-lo, então abriu uma frestinha, apenas para ter certeza de que Magnus estava bem, mas não o avistou na cama.

Ele estava em pé diante da janela, uma silhueta perfeita enquanto observava alguma coisa lá fora, mas sorriu um pouco quando viu Alec se aproximando pelo reflexo do vidro.

- Você demorou. - Magnus disse, e recuou um passo até que suas costas batessem no peito de Alec, e os braços dele o envolvessem. Como as asas de um anjo.

Eles ficaram observando a vista por um instante. A Torre Eiffel no horizonte, parecendo um chaveirinho naquela distância, e iluminada de tempos em tempos durante alguns minutos.

Estava frio naquela noite, mas os dois estavam com pijamas finos, por isso conseguiram sentir o calorzinho familiar atravessar seus corpos colados.

- Me desculpe. - Alec respondeu, apoiando o queixo no ombro dele antes de inclinar um pouco a cabeça e começar a roçar o nariz em seu pescoço. - Não sabia que estava me esperando.

Magnus deixou escapar um barulhinho que mais parecia um ronronado, e Alec sorriu contra a pele dele, admitindo isso em voz alta.

- Eu gosto quando você faz esse barulhinho.

- É involuntário. - Magnus disse envergonhado, mas se rendendo um pouco mais.

- Eu sei. Por isso eu gosto tanto. Eu gosto de como você reage com as minhas carícias.

Alec o virou devagar, e apesar do quarto estar com as luzes apagadas, havia uma claridade da meia lua banhando o rosto de Magnus como se fosse uma pintura de Deus.

- O que mais você gosta? - Ele quis saber, e imediatamente Alec o envolveu pela cintura, puxando-o para mais perto.

- Eu gosto de como você sussurra o meu nome, e de como você encaixa direitinho nos meus braços. - Alec voltou a roçar o nariz pelo pescoço dele, depois os lábios, deixando uma trilha de beijos. - Eu gosto do seu cheiro, da textura da sua pele, e de como eu consigo sentir as batidas do seu coração quando estamos juntinhos assim.

Alec já tinha percorrido os dois lados de Magnus com a boca, lentamente, de ombro a ombro até chegar na parte sensível logo atrás da orelha dele, onde mordeu com um pouco mais de força do que pretendia.

Um Coração em ConflitoOnde histórias criam vida. Descubra agora