21- Meu doce Príncipe

248 29 23
                                    

Já fazia meia hora que Magnus adormeceu, e só agora sua temperatura estava começando a diminuir.

Não parecia ser nada grave como Alec imaginou, mas se tinha uma coisa que o deixava apavorado era pensar em Magnus sofrendo com o que quer que fosse.

A toalhinha úmida agora estava pousada sobre a testa dele porque Alec não queria acordá-lo se continuasse se movimentando, e ele nem sabia se conseguiria continuar resistindo à vontade de acariciar aquele rosto com a ponta dos dedos.

Ainda era tão difícil de acreditar que estava ali, no mundinho pessoal dele. Um mundinho que poucos conheciam.

Muitas vezes Magnus parecia forçado a agir como um brinquedinho de corda ou uma marionete sendo manipulada por outra pessoa, e esse era o preço a se pagar por carregar um título tão importante, mas Alec teve o prazer de conhecer uma versão diferente disso.

Ele conheceu o verdadeiro Magnus fora dos holofotes, e era um homem simplesmente apaixonante.

Era um homem que preferia passar horas na rua tirando fotos com os fãs do que ficar fazendo compras num shopping luxuoso.

Era um homem curioso e misterioso que conseguia revelar tudo e nada ao mesmo tempo com um simples olhar.

Era um homem que ficava tímido quando recebia atenção demais, e completamente sexy até quando usava pijama e pantufas.

É claro que já deveria ter ido embora no minuto em que Magnus fechou os olhos, mas por um breve momento Alec se permitiu ficar observando-o dormir, ainda mantendo uma distância da cama, apenas para ter certeza de que ele estava tendo um sono tranquilo, mas uma parte sua também sentia a necessidade de chamar Catarina.

Não parecia ser nada grave, ainda mais com a febre baixando... mas e se fosse?

E se Magnus estivesse escondendo alguma coisa?

Será que aquilo era um efeito da ansiedade?

Será que o desentendimento com a noiva o deixou assim, tão abalado emocionalmente que até o seu corpo sofreu consequências?

Alec estava tão imerso naquele turbilhão de possibilidades que se assustou quando Magnus começou a se mexer.

Ele ainda parecia estar dormindo, talvez sonhando, ou mais provavelmente, tendo um pesadelo porque ele começou a se encolher até quase virar uma bolinha.

Naquele momento ele parecia tão vulnerável e desprotegido que Alec não pensou antes de se sentar ao lado dele na cama e oferecer um apoio.

Magnus estava esticando o braço inconscientemente, tateando e apertando os lençóis com a mão trêmula em busca de alguma coisa para se firmar, então Alec ofereceu sua própria mão.

Por um breve segundo Magnus hesitou, acariciando com cautela até entender o que tinha encontrado, e então ele segurou a mão de Alec com mais força, puxando-a contra o peito.

Um instante depois ele voltou a dormir serenamente, com as batidas agitadas do seu coração também se acalmando.

Alec não conteve um sorriso fascinado quando Magnus entreabriu os lábios e deixou escapar suaves ronquinhos.

Ele também não se conteve mais e aproveitou aquela oportunidade mágica para deslizar o dedo de sua mão livre sobre a testa de Magnus, removendo a toalha e acariciando o nariz dele, e depois a bochecha, como sempre desejou poder fazer.

A bochecha de Magnus não estava mais vermelha como Alec notou algumas horas antes, e parando pra pensar agora, ele nem tinha certeza se seria apenas um sinal da febre ou alguma outra coisa, mas Alec pousou a mão ali de qualquer maneira e acariciou com delicadeza.

Um Coração em ConflitoOnde histórias criam vida. Descubra agora