Daisuke Koyama, policial do departamento de controle de eventos paranormais, foi capturado e transformado em vampiro por Haruka - uma vampira puro-sangue com uma habilidade sanguínea peculiar: todos que bebem o seu sangue adquirem dependência. Dais...
Daisuke acordou sentindo o corpo todo queimar. Estava com sede.
Sentou-se com dificuldade, com planos de levantar e pegar um copo d'água. Notou o futon onde estivera deitado e por um segundo, um pacífico e precioso segundo, achou que estava na casa da avó. Mas sua bachan havia falecido há muitos anos e, mesmo as casas no interior do Brasil sendo em geral maiores que os apartamentos apertadinhos das capitais, ela nunca morara numa casa com um quarto tão grande.
Ou tão japonês. Daisuke achava que a casa de seus pais ter um espaço para tirar os calçados antes de entrar já era um exagero para netos de imigrantes, mas o quarto onde estava parecia saído de um anime!
"E não qualquer anime. Um daqueles com uma família rica e super... tradicional..."
E finalmente os eventos da noite anterior retornaram à sua memória: a operação no galpão abandonado, a emboscada, os corpos dos outros policiais, sua captura.
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Lembrava de estar apenas levemente consciente quando os vampiros começaram a beber seu sangue. Tinha a impressão de que haviam se alternado para fazê-lo. Sua cabeça começara a girar e latejar, mas eles não haviam parado: eles beberam até o corpo de Daisuke começar a encontrar novas maneiras de protestar a perda de sangue. E quando ele estava à beira da morte, abatido demais para se importar com qual vampiro era qual, braços esguios o seguraram de uma maneira surpreendentemente reconfortante, e alguma coisa de gosto estranho foi pressionada contra seus lábios.
— Beba. — A voz dissera, irresistível, e ele não precisou de uma segunda opinião para se convencer. Começou a beber. O gosto parecia tão familiar, mas ao mesmo tempo alguma coisa que ele nunca havia provado. Mas, acima de tudo, a bebida tinha gosto de salvação, de não estar mais morrendo. Uma vez que o perigo passara, o sabor adocicado o lembrou que estava faminto.
Inconscientemente estendeu as mãos para segurar a fonte do que quer que estivesse bebendo, e ficou surpreso ao encontrar o braço de uma mulher. Antes que pudesse entender a situação, a mulher segurou seu ombro com a outra mão, afastando-o delicadamente, mas com uma força implacável. Ao soltar o braço dela, Daisuke viu as marcas de mordida bem no lugar do qual ele estivera bebendo.
— Por enquanto isso é o suficiente. — a vampira disse. Ela usava um kimono cerimonial completo.
Uma família rica e super tradicional.
Uma gangue de vampiros viera do leste asiático alguns anos atrás, e perturbara o equilíbrio delicado das gangues da Cidade Alfa. Os vampiros de segunda e terceira classe precisavam se disfarçar entre a população local, mas quando os puro-sangues se dignavam a aparecer, eles podiam ser dar o luxo de ser tão únicos e espalhafatosos quanto desejassem.
Ela devia ser a irmã de Akihito, Haruka.
Sacudindo as mangas do kimono para cobrir as quatro marcas de perfuração, ela continuou: