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— Está dizendo que prefere um empregado a nossa filha? - Chanyeol indagou. Havia planejado toda a vida de sua filha desde o seu nascimento, era sua esperança e a de seu marido, já que seu primeiro herdeiro havia sido tirado de seus braços e nunca mais foi possível vê-lo. Desde que a garota nasceu, fizeram o possível e o impossível para dar a ela o que nem ao menos tiveram oportunidade de dar ao primogênito, não poderiam deixar essa oportunidade passar, era uma aliança de extrema importância. — Isso não pode estar certo... nosso tratado era entre ela e você, Jeon, não pode desistir assim.

— Com todo o respeito, senhor Park, mas eu não gostaria de me casar com uma pessoa que ofende as outras pela sua posição social, ainda mais se trabalhar para ela, é extremamente desrespeitoso, ainda mais para um líder. Alguém na posição de Chaeyoung deveria aprender a zelar e respeitar seu povo, não desprezá-lo.

A ômega deixou que uma expressão indignada tomasse conta de seu rosto, ela procurou o olhar de seus pais completamente indignada.

— Um líder precisa cuidar de seu povo, ninguém melhor que alguém como ele. - apontou para o ômega que arregalou os olhos. — Para governar uma alcateia e eu garanto que ele conhece mais o povo do que ela. - A olhou novamente, Chaeyoung parecia indignada o suficiente para não conseguir falar nada. — Me desculpe, senhorita Park, mas não me casarei com você.

Um silencio ensurdecedor se instalou naquele cômodo, um elefante posto no canto do lugar. Chanyeol murchou no lugar, completamente incapaz de falar ou pensar em outra coisa, seus olhos foram para Chaeyoung que permanecia atordoada, sem desviar sua atenção do primogênito Jeon. Jimin ainda estava ali, em pé com a garrafa em mãos, encolhido como uma presa indefesa em meio aos leões.

Sua cabeça não parava de trabalhar um segundo sequer, pensamentos viam como enxurradas da água fria. Ele, literalmente, só levou vinha para a visita e em menos de dez minutos no cômodo foi pedido, indiretamente, em casamento. O que mais aconteceria? O ômega temeu levantar seus olhos e encontrar Chaeyoung o olhando.

— Meu filho não está errado. – JongDae quebrou o silêncio e a atenção dos demais na mesa foi para si. — O que uma líder como sua filha teria a oferecer para o meu povo? Mil perdões, mas dessa vez a tradição não será seguida, os senhores são ótimas pessoas, mas a sua filha não serve para ser uma líder. - se virou para a garota. — Sugiro que melhore sua postura caso queira casar com um outro líder.

Humilhada, era assim que a Park se sentia. — Vão deixar que eles falem assim de mim? Eles são visita e ainda me humilharam, isso não pode ficar-. — Baekhyun a interrompeu levantando o dedo indicador e a garota se calou de imediato.

— Silêncio.

Chanyeol olhou para seu ômega como se conversassem mentalmente. Um olhar de Baekhyun bastou para a decisão ser tomada. Um alfa não comandava sem seu ômega, ambos eram os pilares principais de uma alcateia e o Park jamais esteve abaixo por ser mais "fraco" ou "frágil", Chanyeol tomava uma decisão sequer sem a opinião e aprovação do marido, então, olhou para o mais novo sentado em sua frente que esperava por uma resposta do outro líder. Chaeyoung, que permanecia quieta e embasbacada com a situação carregando uma carranca no rosto.

— Se a aliança continuar de pé, não vejo problemas. - Respondeu. — Jimin irá com você.

Por pouco Jimin não deixou a garrafa de vidro cair no chão a despedaçando em pedaços, as pessoas no cômodo pareciam não lembrar que ele ainda estava ali em pé no canto da parede ouvindo tudo. Os demais se assustaram quando a Park levantou de supetão e bateu a palma de sua mão sobre o tampo da mesa de madeira causando um barulho alto e estridente.

— Chaeyoung! - Chanyeol exclamou chamando a atenção da garota que o olhou com o rosto avermelhado de raivosa, suas unhas arranhavam a madeira escura. — Sente, agora!

Alcateia do Norte. [ABO] Onde histórias criam vida. Descubra agora