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- Não tem um alfa? - Empurrou de leve o prato onde havia comido e agradeceu pela comida feita pela ômega. - Não quero ser inconveniente, desculpe. - Se desculpou de imediato vendo a careta que Nayeon havia feito. - É raro ver um ômega morando sozinho que não seja viúvo.

Fazia um mês que Hoseok estava na casa de Nayeon, a ômega havia deixado claro que só o deixaria ir embora quando estivesse completamente bem e parasse de mancar. Não sabia o que havia acontecido com o alfa, ele também não se recordava e temia que corresse perigo na floresta novamente. Os machucados já estavam parcialmente cicatrizados graças aos cuidados da ômega, Hoseok acabou criando um certo carinho por ela neste período. Morava sozinha, se sustentava sozinha bordando e costurando para outras pessoas, fazendo encomendas, era independente e o alfa a admirava por isso, poucos conseguem tal feito.

- Digamos que muitos alfas não gostam de ômegas independentes... - riu sem humor. - Sempre mostrei que posso e sou capaz de me sustentar sozinha, sem um alfa e muitos deles não gostam de ômegas assim. Meu pai ômega sempre me ensinou a me virar sozinha e apenas coloquei isso em prática. - Hoseok não entendia, não fazia sentido para si. Seu pai ômega trabalhava e ajudava nas despesas da casa, seu outro pai nunca se opôs a isso, foi criado desta forma e achava ser o certo, em sua mente um ômega não tinha a obrigação se ser submisso ao seu alfa, os tempos eram outros e as coisas evoluíam. - Mas me diga sobre você, está aqui a um mês e sei apenas seu nome. - A loira comentou terminando de lavar as coisas que havia usado para fazer a comida.

- Moro com a família Kim, eles me tratam com um filho já que perdi minha família muito cedo. - Sorriu triste e Nayeon começou a se sentir mal por ter perguntado após ver a expressão do alfa. - Meus pais morreram na minha primeira caçada, invadiram nossa casa e como dois betas, não conseguiram se defender de um alfa original. - Suspirou. - Os Kim eram amigos deles desde sempre e cuidaram de mim todo o resto da minha adolescência. Trabalho junto com eles na marcenaria e ajudo em alguns afazeres domésticos. - A ômega caminhou de volta para perto da mesa e assentiu puxando a cadeira para se sentar próximo ao outro sorrindo reconfortante.

- Mas, o que estava fazendo na floresta naquele dia? - Olhou o homem com atenção, podendo agora observar melhor os detalhes de seu rosto. - Acho que é o mínimo que eu tenho que saber.

- O cio de um alfa é algo complicado... - Coçou a nuca rindo sem graça, a ômega pôde jurar ter o visto corar. - Ainda mais quando não se tem um ômega para ajudar, muitos se descontrolam e eu prefiro vir para a floresta do que acabar machucando alguém inocente.

- O cio de um ômega também é bem difícil, mal imagino como deve ser o de um alfa. - Olhou para suas mãos postas em cima da mesa. - Não está cortejando nenhum ômega? - Perguntou baixo levando seus olhos para suas pernas com vergonha, era péssimo em disfarçar.

Hoseok riu soprado olhando atentamente a menor sentada próxima a si, os cabelos loiros quase brancos acompanhados dos grandes e viciantes olhos verdes, a pele pálida e com algumas pintas discretas, as curvas marcadas pelas roupas que usava. Nayeon realmente era uma ômega incrível e bonita, alguém que Hoseok cortejaria para casar e ter seus filhotes.

- Por que? está interessada? - Se inclinou para perto da menor apoiando seus cotovelos na mesa e ignorando a pontada na lateral de sua costela.

A garota arregalou os olhos e se levantou da cadeira com rapidez.

- Não queria soar invasiva com esse assunto, me desculpe. - Se virou para sair, porém seu corpo travou ao sentir uma mão segurar em seu pulso a impedindo de continuar seu caminho. - Hoseok...? - O alfa afastou a cadeira para trás e a puxou fazendo com que caísse sentada em seu colo sem ao menos se importar com seus machucados. - O que...?

Alcateia do Norte. [ABO] Onde histórias criam vida. Descubra agora