Mudanças

835 99 243
                                    


  Fui para a faculdade na manhã seguinte me sentido meio estranho, primeiro que não estava acostumado a ver tanta gente as oito da manhã ainda na mansão, mas claro que lembrava que todo mundo ganhou dia de folga e ainda tinha gente arrumando as coisas no andar térreo porque sim, pelas marcas da parede e chão, houve mesmo uma briga.

Outra coisa foi o refeitório que eu quase nunca ia de manhã porque preferia dormir mais um pouco e daí saia atrasado, cheirando fabulosamente ou seja, o café da manhã estava bem movimentado. Ainda assim eu fui para o estacionamento e cheguei no carro e no Pcy incrivelmente pontual:

— Não conseguiu dormir, foi?

Ele comentou divertido, eu suspirei e entrei no carro:

— Sei lá, acho que mais ou menos.

Pcy entrou no carro, deu partida, saímos do estacionamento, mas ele só falou mesmo quando entramos na estrada:

— Não fique tenso com a noite de ontem, Yuto. Sério, não é algo que acontece sempre e de toda forma a Vendeta foi resolvida ontem mesmo. Está tudo certo agora.

— E você sabe dos detalhes?

Perguntei. Nos entre olhamos no espelho do retrovisor e ele não parecia tão irreverente como nos outros dias:

— Todos os motoristas receberam ordens de não comentar o assunto, mas o que posso te dizer é que os Francandi estavam errados e eles perderam. Houve um acordo para encerrar o assunto e foi isso.

— Francandi... Esse nome não me soa estranho, mas eu não sei por que...

Sussurrei pensativo. Havia algo ali, mas eu só não conseguia juntar as peças mesmo...

— Esqueça isso, é o melhor que você faz.

E foi isso, mudamos de assunto para o café da manhã especial que eu perdi e quando cheguei na Faculdade estava com fome e com sono.

Como sempre, para variar.

— Boa aula!

Subi para o Campus ainda sentindo aquela coisa estranha que não sabia dar nome, mas que parecia ser um sexto sentido de que algo estava fora do lugar. Entrando na sala de aula – E estava dentro do horário incrivelmente – Fui barrado pelo professor cricri de sempre, mas que diferente de sempre, me puxou para um canto e me olhou olhos nos olhos. Ele parecia quase lívido:

— Você está trabalhando para os Campone?

— E o que isso te interessa?

Resmunguei antes de pensar e ele me soltou. Os olhos pareciam estremecer como se tivesse visto o diabo em pessoa ou algo assim:

— Se eu te dava broncas e era rígido com você é porque vi potencial, Kim Yuto. Há anos não tenho um aluno tão competente e genial, você poderia trabalhar em qualquer lugar desse mundo, seus talentos contábeis são imensuráveis e você foi para o inferno servir ao demônio como um cordeiro imbecil, o que você tem nessa cabeça estúpida!?

De repente o pálido era eu.

Algo naquilo... Algo ali me fez tremer e eu nem sabia o motivo, como não entendia o sentimento de estranheza desde que acordei...

— Professor, eu...

— Não deixe que ela te faça um servo de harém! Entendeu! Você é o perfil das súcubos das Campones! A avó, a mãe e agora a atual Campone, elas são colecionadoras de garotos bonitos e inteligentes, você é mais do que isso, Kim, fuja daquele lugar, não deixem que te leve para o maldito harém porque quando você cair nele, nunca mais verá a luz do dia! Está me entendendo!?

O novatoOnde histórias criam vida. Descubra agora