Revelado

517 66 85
                                    


Entrei no escritório da loja central logo pela manhã querendo colaborar com excesso de trabalho até quando pudesse, já que sabia que parte do Caos da Organização era minha culpa. Todos meus maridos e a Bianca concordaram comigo porque enfim, meu pai estava de 'licença' e os negócios estavam sendo alterados brutalmente.

Qualquer mão útil naquele momento seria bem-vinda.

Acontece que o que vi era todos os meistres reunidos ali enquanto Bianca estava sentada na ponta da mesa com um olhar congelante.

Olhei para todos um pouco perdido, confesso. Primeiro porque Luhana e Moon trabalhavam o contraturno, ou seja, estavam em claro no momento, e James e Clóvis tinham a cara de quem tinham praticamente caído da cama, resumindo, parecia todo mundo bem mal...

— Bom dia gente.

Disse baixinho só pelo hábito mesmo e foi nesse momento que James se virou para mim e tinha um olhar terrível ao invés do simpático de sempre; no mesmo segundo eu vi Inki descer silencioso pelo aquário, quase que discreto, de canto e falar comigo em tom pausado:

"Bom dia, meu príncipe. Eles estão discutindo há um tempo, mas não prestei atenção ao assunto. Você veio nadar?"

"Vim trabalhar, mas mergulho no almoço, combinado?"

"Combinado!"

— A culpa disso tudo é sua!

— Er... Do que exatamente, James?

Perguntei em dúvida, quer dizer, havia muitas culpas, mas eu não fazia ideia de qual ele estava falando até que Luhana sussurrou um 'de canto' e eu olhei e lá, no canto do escritório, estava a pilha dos registros contábeis que nunca saiam da loja do gato.

Espera...

O desfalque!

— Walleor te contratou jurando que você não era tão competente, mas então nos enganamos sobre seu pai, ele era um contador investigativo! Maldita hora que dei corda para ele, foi por isso que ela te ofereceu casamento, não foi!? Desde o começo... A coincidência das coisas foi tão insana, e a rapidez, você não fez um ano de casa e já estava casado, pareceu conspiração!

— James, cala a boca, cara! O casamento do Yutie não tem nada com isso, para de neura!

Luhana disse quase empurrando o contador de jaqueta de motoqueiro que a segurou e beliscou a cintura com intimidade:

— Ouça só você, ele era para ser nosso, não da chefe, isso faz sentido? Walleor casado ok, Yuto não, não tão cedo... O pai dele com o Sehun... Pior ainda!

Moonblue me olhou suspirando e eu fiquei com completa cara de 'ué' e meus olhos deviam ser totalmente transparentes porque meu amigo veio para mim e me abraçou forte dando tapinhas nas minhas costas:

— Sabe o que é mais fofo, você nunca nem sequer percebeu, Yutie. E tivemos que disfarçar todos nós quando percebemos que os Campone te escolheram, porque bem... Você jamais saberia mentir. – Moon me soltou e cutucou meu nariz, o que foi bem estranho, mas ok, eu continuei o olhando confuso. Ele deu um risinho. – Mas eu sabia que era uma batalha perdida, você só teve olhos mesmo para o Third desde o início e não dá para forçar interesse, certo? Ou você sente, ou não e ficamos na zona de amigos desde o primeiro dia.

— Olha só, eu juro que estou tentando, mas não estou conseguindo, do que vocês estão falando, pessoal!?

— Todos os meitres são amantes um dos outros, Yuto. Sempre foram, depois de um ano de casa eles inserem o novo membro ao relacionamento, eles te escolheram não só pela competência e o mesmo aconteceu sobre seu pai. Walleor sempre vinha falar comigo porque sempre foi exigência ter o aval da Imperatriz, isso desde a época da minha avó. É uma tradição.

O novatoOnde histórias criam vida. Descubra agora