♫ | A vida é feita de encontros e desencontros inesperados, de amores irreais, de solidão, de sorte e azar, de sorrisos e gargalhadas sinceras, dias ensolarados e olhares perdidos, pedidos de socorro, um adeus silencioso... De uma alma atormentada...
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𝑰𝒏𝒊𝒄𝒊𝒐 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒖𝒎𝒂 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂-𝒇𝒆𝒊𝒓𝒂 seguindo a minha rotina habitual e mantendo o Michael e tudo o que aconteceu no estúdio bem no fundo do meu cérebro. Passaram cinco dias desde que fugi da casa dos rapazes e foram as poucas vezes que voltei a cruzar-me com o Michael, pois durante o resto da semana não tivemos mais aulas em comum e ignorei todas as suas mensagens e chamadas.
Entretanto, chegou o primeiro fim de semana e, apesar de não ter estado nos meus planos, voltei para casa da minha mãe onde fiquei fechada. Infelizmente, Kris conhece-me muito bem e logo detetou que algo aconteceu. Ela ficou feliz que tivesse regressado, mas ao mesmo tempo, estava preocupada e sempre a tentar arrancar algo de mim. O que não conseguiu.
Absorta nos meus pensamentos enquanto faço um eyeliner, sobressalto-me com alguém a bater três vezes na porta do quarto.
Imediatamente descarto a possibilidade de ser a Dove, pois ela nunca bate à porta. Um arrepio trespassa o meu corpo, como se os meus sentidos me estivessem a avisar que algo está prestes a acontecer. Como num filme de terror, viro a cabeça na direção da porta.
Fico em silêncio, sentada na cadeira com o corpo tão tenso que me sinto pesada sobre o plástico preto do assento. Ignoro a força com que o meu coração bate, deixando-me ansiosa e com as palmas das mãos suadas. Não tenciono abrir aquela porta a não ser para daqui a vinte minutos ir para a primeira aula da semana.
- Kylie, eu sei que estás aí.
Eu já estava tensa e ansiosa, mas ao ouvir a voz do Michael abafada pela porta que nos separa, entro em desespero. Levanto-me da cadeira e quase derrubo o espelho com o cotovelo. Seguro-o com força e fecho os olhos, rezando para que o loiro não tenha ouvido nada. Pouso delicadamente o objeto sobre a madeira da secretária.
- Merda... - Murmuro muito baixinho e olho à volta, procurando uma forma de sair deste quarto demasiado pequeno. Olho para única janela do cómodo, mas nego com a cabeça. Estou no terceiro andar do dormitório, é impossível escapar por ali e não morrer no final, quando o meu corpo embater no asfalto da rua e transformar-se em papa. – Nem pensar. Não é uma opção.
A culpa de toda esta situação é minha, eu bem sei. Ele não tem culpa de eu ter entrado em pânico e, sem dúvida, que estará melhor sem mim na sua vida. Mais cedo ou mais tarde, ele terá de perceber isso. E é exatamente por isso que não tenciono abrir-lhe a porta ou voltar a falar com ele!
Fui tão idiota ao deixar-me ir, sabendo o grande risco que estava a cometer se o fizesse. Tentei ignorar os avisos da minha mente e, principalmente, do meu corpo, pois pensei que, desta vez, com o Michael seria diferente. Ele faz-me sentir diferente desde a noite em que nos conhecemos. Criamos uma ligação forte e genuína em poucos dias e vi isso com uma certa esperança de que nada estava perdido.
Como estava errada...
Nada mudou. Eu não mudei. O Michael não me mudou como gostava que ele me tivesse mudado.