07. 𝙰 𝚃𝚊𝚛𝚎𝚏𝚊

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𝙺𝚢𝚕𝚒𝚎'𝚜 𝙿𝙾𝚅

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𝙺𝚢𝚕𝚒𝚎'𝚜 𝙿𝙾𝚅

𝑶 𝒉𝒐𝒎𝒆𝒎 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒗𝒆𝒍𝒉𝒐 que entra na sala de aula é o professor. Sei isso porque se dirige a uma secretária mais longa que a dos alunos, onde pousa com um baque surdo a sua pasta de couro. Com os braços cruzados, revelando-se musculado por debaixo da camisa branca, o professor encara a turma encostado à frente da sua secretária.

A julgar pela sua aparência, não deve ter mais de trinta anos, é alto, moreno, olhos azuis e bastante charmoso, num estilo tipo Clark Kent.

Só outro homem para me obrigar a tirar os olhos da nuca de Luke. Aquele sorrisinho de lado que deu antes de se virar para a frente, incomodou-me. 

- Para quem não me escutou, bom dia a todos. - A voz do professor é mais grave do que pensei que fosse, mas o seu sorriso é tão bonito como imaginei. - Vejo alguns rostos conhecidos e outros nem tanto, mas não se preocupem temos um semestre inteiro para nos conhecermos melhor.

O que eu daria para conhecer melhor o senhor professor...

- Ei. - O Michael pousa o braço no encosto da minha cadeira e olha-me de lado. - Ontem ficaste chateada com o que eu te disse, sobre seres diferente das outras raparigas.

Suspiro e procuro na minha bolsa a caneta que anda sempre comigo.

- Tens uma folha? Não trouxe nada para apontar. - Pergunto ao loiro que torce a boca, mas abre o seu caderno e arranca uma folha de linhas que me entrega. - Obrigada e não, não fiquei chateada. - Sussurro. - Nunca ouviste falar do ditado, "nunca julgues o livro pela sua capa"? Era exatamente isso que estavas a fazer e eu odeio que as pessoas constantemente o façam. 

- Não o fiz por mal, foi o que senti na altura. - Os seus dedos, do braço novamente estendido atrás de mim, tocam no meu braço esquerdo, acariciando-o levemente. - E ainda sinto, não há nada que possas fazer quanto a isso. Posso não te conhecer, mas se é esse o problema que estás a criar, temos tempo e oportunidades para o resolver.

Nego com a cabeça com a expressão determinada dele e volto a olhar para o professor.

O que Michael não sabe é que se eu não estiver disposta a que ele conheça certas partes de mim, por muito que insista, só vai ficar a perder. Vai ser um esforço em vão. Sei ser bastante fria e distanciar-me com a mesma facilidade com que me aproximei dele.

Bastam meros segundos para tudo mudar.

Para não falar que eu apenas me quero divertir e, para isso, não preciso de conhecer a pessoa. Pelo menos não a um nível tão profundo como saber qual a sua comida favorita, hobbies, livro predileto, viagem de sonho, quantos filhos quer, se gostava de ter um cachorro e entre outras coisas. 

Eu quero beijar, não escrever uma bibliografia da pessoa com quem fico.

Duas batidas na porta despertam-me dos meus pensamentos, assim como chamam à atenção dos restantes na sala. Escuto algumas pessoas a suspirar com os dois rapazes que estão parados à entrada da sala, ligeiramente ofegantes. Devem ter corrido para chegar a tempo, apesar de sem sucesso.

𝕰𝖓𝖉 𝖀𝖕 𝕳𝖊𝖗𝖊 [ 5SOS ]Onde histórias criam vida. Descubra agora