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Capítulo 01 The Beginning.
—EU VOU EMBORA DESSA PORCARIA DE CASA, NÃO AGUENTO MAIS ESSA DROGA DE VIDA! — Gritei, indo em direção ao meu quarto e logo pegando uma velha mochila, onde procurei colocar o máximo de roupa que conseguia.
—Rachel, VOLTA AQUI, VOCÊ NÃO VAI A LUGAR ALGUM.- Meu pai gritou de volta, vindo atrás de mim.
—Não vou papai? — Falei com tom de deboche.—E quem vai me obrigar a ficar? — Perguntei colocando as mochilas nas costas com toda a coragem do mundo junto a mim, pois meu pai era praticamente o dobro do meu tamanho, poderia me impedir numa facilidade só. Mas apenas ficou me encarando não acreditava que sua "princesinha" havia se tornado tão inconsequente. — A questão é... — continuei a falar. — Eu não fico mais um segundo debaixo do mesmo teto dessa vadiazinha de esquina, que você trouxe para casa e ainda chama de esposa.
—Rachel, filha...—Meu pai tentou se acalmar. —Você está sendo injusta com a Kim, ela é como uma mãe para você. — Senti vontade de vomitar, meu sangue esquentou como se fosse explodir a qualquer momento, mais do que já havia.
— Nunca mais! — Gritei. Mas logo respirei fundo tentando voltar a tom aceitável de voz. —Nunca mais, compare essa biscate com a minha mãe, aliás que Deus a tenha. —Falei, pois minha mãe tinha morrido quando eu tinha apenas 10 anos, foi quando completei quinze que meu pai conheceu Kimberly, fazendo minha vida virar um inferno. — Minha mãe era uma mulher digna, não precisava se aproveitar de ninguém para se dar bem na vida. Eu cansei pai, de ver você sendo feito de idiota. E também cansei dessa vadi... — Me segurei. — Mulherzinha, tentando tomar o lugar da minha mãe e me tratando como se eu fosse um nada. Ela realmente conseguiu o que queria, eu vou embora. — Kimberly observava tudo, às vezes dava até para ver um sorriso vitorioso saindo de seus lábios, mas rapidamente ela voltava a se fazer de vítima. Eu odiava ver meu pai sendo feito de idiota ela só queria seu dinheiro. Ali eu não ficava mais, estava cansada de tudo isso.
00:30.
Eu realmente não sabia para onde iria, principalmente a essa hora, mas resolvi arriscar e meu pai tentou me impedir. Porém, ao mesmo tempo que ele era mais forte do que eu, eu era mais rápida. Na minha mochila, que agora pesava em minhas costas enquanto eu andava pelas ruas um pouco mal iluminadas do meu bairro, havia algumas peças de roupas, coisas para higiene e um pouco de dinheiro da minha mesada. Eu estava quase me arrependendo, com medo e com frio, apenas eu e minha segurança. Para onde eu iria? Droga.
Até que veio na minha cabeça um apartamento que meu pai possuía, só que ficaria um pouco longe, eu planejava pegar um táxi e pagar com o dinheiro que havia na minha mochila. Enquanto pensava comigo, passei por um grupo de garotos. Se eles não tivessem feito gracinha, eu nem perceberia.
— Psiu, gatinha. Isso são horas da princesinha estar na rua? — Continuei andando o mais rápido possível, mas podia ver que eles estavam me seguindo. Porra, ferrou.
