Capítulo 21

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Acordo num lugar fedorento e escuro, não sei onde estou, meu Deus! Socorro! Socorro! Começo a gritar por ajuda até que a porta se abre e a claridade me faz fechar os olhos, dou passos para trás em busca da parede para manter distância de quem se aproxima de mim. Estou tremendo de medo e de frio, lágrimas quentes correm dos meus olhos. Estou apavorada. É ele... não pode ser... mas ele estava preso!

-Continua a mesma... sua beleza não mudou. Aliás, está ainda mais bonita. Que corpo?!

-Você... Por favor... não se aproxime.... por favor...- sussurro com voz trêmula.

-Agora não. Só tenho que resolver uns assuntos aqui e volto para finalizar o que começamos há anos atrás.

Ele caminha em minha direção em passos lentos e apontando seu dedo indicador em minha direção.

-Achou que por eu estar preso eu nunca iria ser livre? Você acabou com minha vida, e por causa dessa sua beleza eu... não suportei... tinha que tê-la. A culpa é SUA VADIA!- Ele grita ao falar a última frase.

-Deixa eu ir embora... por favor!- Peço.

-NÃO! Você vai pagar por tudo que eu passei... na prisão me fizeram de mulher, e porquê? Tudo porque não consegui suportar sua beleza Lembra da foto que te mandei hoje? Vou deixar você igualzinha!- Bravejou.

-Oh meu Deus!- Sussurro, mas somente eu posso ouvir.

Ele sai e fecha a porta. É ele... meu pesadelo voltou e dessa vez em carne e osso. Está mais velho e acabado. Eu só quero sair daqui, não posso ficar aqui e se... não!... ele não faria isso de novo, não vou deixar que me abuse, já sou adulta. Deve ter um meio de sair daqui, algo que eu possa feri-lo e então eu fujo, mas aqui está escuro! Céus! Só estou vestindo uma calça jeans, uma regata e uma sandália, estou com frio.

As horas passam e eu não ouço nem enxergo nada. Já dormi e acordei. Não sei se ainda é tarde ou se já é noite. Estou com fome, mas esse agora é o menor dos meus problemas. Volto a tatear o ambiente em busca de algo que possa usar contra ele. Encontro uma cadeira de ferro e madeira. É isso mesmo que vou usar.

Tateio as paredes para encontrar a porta, quando a encontro fico ao lado da porta com a cadeira na mão. Estou pronta para a luta, procuro normalizar a respiração o máximo possível e direciono todas as energias que tenho para meus braços, tenho que bater com bastante força na cabeça dele com a cadeira quando ele abrir a porta. Meu Deus! Ele quer me matar!

Ouço passos se aproximando e fico alerta. Deixo as pernas entreabertas e joelhos semi-flexionados, aprendi algumas coisas assistindo o filme "Nunca mais" com Jennifer Lopez, ela tinha que enfrentar seu agressor, o ex-marido, em defesa de sua integridade física e da tutela de sua filha, e como plano ela aprendeu "krav maga" técnicas para auto-defesa.

A porta se abre e então eu levanto a cadeira e bato com toda força contra ele que grita e cai no chão desmaiado, porém quando olho não é ele, me apavoro, mas aproveito a porta aberta e saio correndo, encontro uma porta e corro por ela. Corro com todo fôlego que tenho, corro com toda vontade e força que possuo.

Ouço ele me gritar pelo nome e por xingamentos, tapo meus ouvidos e continuo correndo, passo pelo portão de fora da casa. Tem uma estrada e não há mais casas próximas então decido descer um matagal do outro lado da pista.

Um amor em NYOnde histórias criam vida. Descubra agora