Capítulo 2

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-Me belisca que estou sonhando. - Falo para Care que mais uma vez está com o espelhinho passando gloss. Já conheço minha amiga, ela está nervosa, toda vez é isso. Quero só ver o dia em que ela não tiver nenhum gloss por perto!

-Vamos arrasar naquele paraíso, lojas maravilhosas, homens bonitos, ai, tô sufocando só de pensar!- Ela diz toda espevitada.

-Seria melhor se o Mat estivesse falando comigo direito.- sussurro tristemente. Ainda não conversamos sobre o beijo que aconteceu há dias atrás, pelo menos ele cumpriu o prometido e foi na apresentação do meu trabalho de conclusão do curso, e hoje já é sábado e nem as minhas mensagens de desculpa ele respondeu. Mas não posso enganá-lo não o amo de outra forma. Então tento me aproximar no aeroporto, estamos fazendo nosso checking de voo para New York, é para onde vamos passar a semana, juntamos o dinheiro feito condenados, em vez de solenidades, roupas pretas e blá blá blá, decidimos viajar.

-Mat! Está tudo... bem? Te liguei, mandei mensagem e você não respondeu nenhuma!- Falo receosa.

-Tá... está tudo bem, sim. Só estive sem tempo, sabe como é final de semestre e trabalho final.- diz com voz doce, mas em seu olhar tristeza.

-Vai ser bom dar um tempo dessa loucura. Eu acho que vou sentir saudade da universidade da correria, mas nem tanto, começo numa clínica pediátrica uma semana após voltarmos.

Ele sorri pra mim, e me sinto melhor. Fiz estágios em um hospital e a coordenadora de lá gostou muito de mim e me convidou para trabalhar com estimulação precoce, é a área que eu escolhi, adoro crianças. Então, aceitei, não sei salário nem nada, mas já me comprometi em começar quando chegasse de viajem.

-Beleza. Você já sabe que também tenho um emprego né?! Meu pai faz questão que eu administre um de seus restaurantes que está sendo ampliado agora no centro. Mas o que eu gostaria mesmo era de administrar um hotel, fazer meu nome e ser hoteleiro.- Ele fez administração e logo depois uma pós.

-Bom, boa sorte pra nós!- digo e ele ri.

No avião fico tensa e um pouco nauseada, mãos geladas e segundo Care meus lábios estão ficando roxos. Sinto o olhar de preocupação do Mat, mas ele não fala nada, não se aproxima. Chegamos a NY e foi amor à primeira vista, mal cheguei já amo essa cidade, a energia pulsante, o som dos carros, e advinha! os táxis são realmente amarelos, já sabe né, minha cor preferida. Nem posso acreditar que estou aqui, com meus amigos loucos, detalhe, o Mat e eu somos os únicos com o cérebro no lugar. Exceto nós, acredita que todos do nosso grupo já se pegaram?

Estamos em três táxis, e seguimos para a casa do primo de Fernando. Somos em 6 no total, Care foi comigo, Mat e Fernando no táxi logo atrás do nosso. Jéssica e André em outro, eles estão ficando. Fiquei maravilhada quando entramos pelos portões da casa, que para mim era mais uma mansão do que qualquer outra coisa. Me assusto mais ainda quando vejo um rapaz de pé com as mãos nos bolsos, aqueles olhos, nossa!

O táxi para, Mat disse que era para o nosso seguir em frente primeiro porque assim os eles poderiam perceber se houvesse algo de errado. Sempre protetor. Mas o problema é que aquele rapaz que ainda não sei nem o nome, lindo de morrer, se aproxima para abrir a porta e pega em minha mão para que eu desça do carro, fico gelada automaticamente, nunca iria saber que o mundo poderia ser tão pequeno. Quatro anos atrás o vi na rua em que moro e ele nem me notou, agora estou aqui na frente dele e ele está pegando na minha mão. Oh my God!

-Fez boa viajem? Prazer, meu nome é Benjamin, mas pode me chamar de Ben!

Morri e fui para o céu, ele tem um perfume maravilhoso, seu olhar é penetrante, marcante, o maxilar é esculpido com talento, seu corpo é viril e... a voz de Care tirou-me de meu devaneio.

Um amor em NYOnde histórias criam vida. Descubra agora