Capítulo Um

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@leefolkstar tweetou: "Eu sempre soube que essa @I'mVieney era uma puta, mas, cara, olha esses mamilos!"

@ryandonald comentou no tweet de @leefolkstar: "O Connor tem tanta sorte!"

@park_lincoln comentou no tweet de @leefolstar: "Quem vazou essas fotos? Foi o Connor?"

@leefolkstar respondeu o comentário de @park_lincoln: "Cara, quem liga pra quem vazou os nudes? Essa garota tem os peitos mais bonitos de Seattle e você está preocupado com quem vazou?"

@park_lincoln respondeu a @leefolkstar: "Para de ser nojento, porra. A garota deve estar arrasada."

@leefolkstar respondeu a @park_lincoln: "Pensasse nisso antes de tirar as fotos."

O tweet já havia passado de 27 mil visualizações, 18 mil e novecentos retweets e 25 mil likes. Vieney não tinha muita certeza do que faria de agora em diante mais tinha certeza de uma coisa: sua vida havia acabado ali, às 18h32, quando seus nudes foram vazados. Se é que as fotos dela nua da cintura para cima poderiam ser chamados de nudes.

Não importava, àquela altura. Seus pais provavelmente já haviam ficado sabendo, por isso Vieney sabia que, não importava o que acontecesse, ela não poderia voltar para casa até que tudo estivesse resolvido, ou seja, precisava tirar aquelas fotos da internet antes que tudo piorasse.

Se é que dava para piorar.

Ela entrou no carro, um Audi Q8 que Connor havia lhe dado de presente no mês passado quando eles fizeram três anos de namoro. Quem imaginaria que ele a humilharia daquele jeito? Six, sua melhor amiga, diria que sim, mas Vieney discordaria e o defenderia até a morte.

Ela o defenderia até a morte... foi tão doloroso saber disso que ela estacionou o carro em frente a Columbia Center, o maior prédio de Seattle, e chorou. Deixou que seu corpo fosse abraçado pelo couro do banco e que as notas musicais de "Hopelessly Devoted To You" na versão original, o que não ajudou em nada, e soava tão patético que ela queria poder rir, e riria se seu coração não tivesse acabado de ser partido, destroçado como a sua dignidade. O pior era pensar que uma parte dela queria acreditar que Connor não havia vazado, que era apenas um engano e que eles iriam resolver juntos.

Encarou o prédio de dentro do carro, estava chovendo e os homens começavam a abrir os seus guarda-chuva e colocar sobre a cabeça de suas namoradas e esposas. Quando ela voltou a prestar atenção à música que tocava, "heaven" do Bryan Adams. Ela desligou o rádio, porque aquilo só estava ficando cada vez pior. Não queria sofrer por Connor, queria poder odiá-lo pelo que ele havia feito, por sentenciar sua vida a algo que ela não estava pronta para lidar. Merda, ela tinha acabado de completar dezoito anos! Ninguém deveria ser obrigada a passar por esse tipo de coisa.

Entrou no prédio, sentindo que todos os olhares já estavam nela, na ingênua menina que mandou fotos dos próprios seios para o namorado. Como se ela tivesse culpa por confiar na pessoa que deveria ser a primeira a presar por sua privacidade. Vieney sabia o que seus pais diriam sobre isso. "Como você pode ser tão burra? Ele é um garoto que não sabe o que faz, mas você é uma mulher!"

Vieney quis rir com amargura. Ela tinha 18 anos, deveria ser uma mulher, não? E o que um cara de 23 anos era, nhã? Um menino que não sabia o que estava fazendo? Por que ela tinha que arcar com as consequências como uma mulher só por que as pessoas decidiam tratar o homem como uma criança?

Entrou no elevador e decidiu parar de pensar naquilo. Em poucos minutos estaria na casa de Connor, iria poder descontar tudo que estava sentindo nele. Não iria ajudar em nada, mas pelo ao menos aliviaria a dor e raiva que ela estava sentindo, o gosto amargo da humilhação era o pior de todos. Seu coração estava partido e ela só queria poder voltar pra casa e se enfiar em seus travesseiros até que tudo passasse.

Antes que as portas se abram (girlxgirl)Onde histórias criam vida. Descubra agora