Se o coração fosse algum tipo de objeto comum, o de Maisie agora estaria em suas mãos enquanto seus olhos cansados encaram o rosto inexpressivo de Six. Six que impediu que Wesley e o pai entrassem na casa e que escolheu receber um tiro por isso. Six que havia se tornado, de uma hora para outra, uma pessoa que Maisie queria por perto. Todos os dias.
— Maisie, vai pra casa. Deixa que eu fico com ela. — Sara pediu pela terceira vez em um intervalo de meia hora, mas a insistência e esperança de que Six acordaria não a deixava sair dali. Sem uma resposta da irmã mais nova, Sara continuou: — Vieney está lá fora te esperando.
A intenção de Sara era que isso, falar o nome da garota pela qual Maisie era apaixonada, faria com que ela fosse até lá, que comesse alguma coisa, que descansasse. Porém, mesmo assim, a morena continuou encarando o rosto pálido daquela que apelidou de Draculaura.
— Ela terminou de dar o depoimento? — perguntou, ainda sem desviar um centímetro do seu olhar para longe.
— Terminou. Wesley já foi preso, Maisie, não precisa mais ficar preocupada com a segurança dela.
Não era bem com a segurança em si que ela estava preocupada, se fosse bem sincera consigo mesmo... Não era isso. Era só que... Ela queria descobrir uma forma de viver se o coração de Six decidisse parar de bater. E isso chegava a ser até mesmo cômico, porque Vieney tinha sido resgatada, teve que comer, tomar banho e dormir por um pouco mais de doze horas. E nem mesmo ela passou pela sua cabeça.
Maisie estava no leito de Six a mais de dezoito horas; sem comer, sem beber, sem ir ao banheiro, sem dormir, quase que sem piscar também. Era como se ela também estivesse em coma.
Sara suspirou.
— O que está sentindo?
— Como se eu tivesse... Suspensa no ar, entre um batimento cardíaco e outro, no pequeno vácuo entre o que está acontecendo e o que vai acontecer. — fungou, tocando a mão de Six, como se o toque dela pudesse lhe passar algum tipo de confiança e tranquilidade. — Que inferno! Por que estou preocupada com alguém que mal conheço?
— Tem certeza que mal a conhece, Maisie? — indagou. — Me fala sobre ela.
— Pra quê?
— Maisie, quem é Six Owen?
As lágrimas caíram dos cílios como pedra. Como as primeiras gotas de água de um tempestade impetuosa.
— Six Owen é... alguém... que bate o pé, que passa vergonha, que é tão insistente que chega a ser irritante. — ri, mesmo que fosse um riso entristecido. — Six é alguém que não merece morrer. E é... Alguém que eu quero ter por perto. Uma amiga.
A irmã assentiu, mesmo sabendo que ela não poderia ver.
— Não acho que seja isso que você realmente quer.
Piscou, afastando as lágrimas e finalmente desviando os olhos para olhar a irmã pela primeira vez.
— Como assim?
— Maisie, você está apaixonada pela Six.
“Como é que é?”, foi o que ela pensou.
— Não estou! — afirmou, mas a irmã não pareceu se convencer do contrário. — Sara, ela é melhor amiga da Vieney!
— Isso não te impede de estar apaixonada por ela. — dá de ombros. — Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas eu acho que você tem medo. Medo de alguém se apaixonar por você por quem você é e não por ter um vínculo ou até mesmo se parecer com a Fallon.
Até porque isso nunca aconteceu antes.
Se alguém se apaixonasse por Maisie sem compará-la a Fallon, essa pessoa seria a primeira.
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Antes que as portas se abram (girlxgirl)
Novela JuvenilNão havia ninguém no prédio de Connor que Vieney não conhecesse. Eles estavam namorando a tanto tempo que ela conhecia cada morador daquele condomínio. Vieney se vê completamente enganada quando acaba ficando presa no elevador com a garota, Fallon...