003, umbrella.

2.2K 291 87
                                    

❝Eu escondo esse sentimento que não controloEsse sentimento que não controlo me guiaNão é possível explicar o seu charmeEu devia ter desviado o olhar, porque agora sinto que fui enfeitiçado❞

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


❝Eu escondo esse sentimento que não controlo
Esse sentimento que não controlo me guia
Não é possível explicar o seu charme
Eu devia ter desviado o olhar, porque agora sinto que fui enfeitiçado❞

SORRY, I LOVE YOU, STRAY KIDS

"Eu amo você, Sana.

Isso significa muito mais do que apenas "gosto de estar perto de ti" ou "gosto de como você fala comigo".

Eu quero dizer que amo cada pequena parte de você. Amo a pessoa que eu sou quando estou ao seu lado. Amo o cheiro doce do seu perfume floral no meu travesseiro. Amo a pessoa que você me motiva a ser.

A maioria das pessoas pensa que amor é algo para ser mostrado, mas eu morreria por você em segredo.

Eu prometo te amar quando for um dia de calmaria e prometo te amar ainda mais quando for um furacão."

Mesmo que Dahyun nunca realmente tivesse tido dificuldade em imaginar como Momo seria, com a chegada da intercambista japonesa, essa tarefa ficara ainda mais fácil.

Agora, sempre que fechava os olhos, a descrição detalhada do livro se misturava com os traços que, embora ainda não tenha visto muitas vezes, eram muitos claros em sua memória.

Como prometido, mais cedo naquela tarde, Chaeyoung havia ligado para compartilhar o que tinha descoberto sobre a aluna nova. Não eram notícias muito animadoras para quem desejava arduamente conhecer alguém romântica, que tivesse grande apresso por literatura clássica e que gostasse de dar três selinhos ao final de cada beijo intenso, no entanto.

Momo era parte do time de basquete e uma aluna de notas medianas. Ninguém a conhecia o suficiente para saber sobre seus gostos pessoais mas, a julgar por suas roupas, não parecia ser do tipo delicada e perfeitinha, tal como Chaeyoung descrevia a Momo dos livros sempre que Dahyun tocava no assunto.

Não sabiam de muita coisa mas talvez fosse o suficiente para iniciar um diálogo.

Talvez aquilo não fosse exatamente o que a Kim havia pedido as estrelas afinal, amar a Momo literária era como as folhas secas caídas ao chão. Como o cheirinho de chocolate quente a queimar, como as gotículas de chuva sobre a janela do quarto e os ventos uivando na noite. Aquelas noites nem tão quentes e nem tão frias e cobertores macios.

A doçura de outubro, os olhos brilhantes e o riso alegre. O sorriso que faria Dahyun se sentir menos sozinha.

Dahyun havia conhecido Momo em outubro e essa era a razão pela qual ela adorava o outono.

Ela havia pedido as estrelas por algo que se parecesse com isso mas poderia facilmente adaptar-se aos desafios que a vida real lhe propunha já que, no fim das contas, o amor vem quando desistimos de implorar para que ele venha.


[...]

A chuva que caía desde o amanhecer engrossava a cada instante, atraindo o olhar desesperado de Dahyun para a rua escorregadia. Não tinha certeza se aquilo podia ser classificado como sorte, mas o ponto de ônibus no qual sempre ia ficava próximo a escola e talvez, se corresse, não se molhasse o suficiente para pegar um resfriado.

A coreana suspirou pesarosa ao perceber que aquela era sua única alternativa. Seu celular estava sem bateria, então ligar para seus pais não era uma opção. Chaeyoung ficaria na escola até mais tarde para participar de uma reunião com o restante do grêmio estudantil e não poderia molhar-se junto a amiga.

Dahyun estava sozinha nessa.

─ acho que esse dia não pode piorar ─ murmurou irritada e, como que uma resposta imediata do universo, percebeu que podia sim piorar.

─ Dahyun?

A Kim girou os calcanhares em direção a voz que lhe chamava, dando de cara com Hirai Momo aproximando-se de si com um guarda-chuva amarelo em mãos. Seus olhos se arregalaram instantâneamente e ela não soube dizer o motivo.

Talvez fosse pelo fato da japonesa lembrar de seu nome ou, simplesmente, por ela estar ali, no mesmo ambiente, dividindo o mesmo ar que si.

Dahyun temia não conseguir disfarçar a maneira como seu coração batia freneticamente e retumbava por seus ouvidos.

─ o-oi ─ gaguejou sentindo-se estúpida quando a japonesa parou a alguns centímetros de distância.

─ o que você 'tá fazendo o que aí parada? ─ questionou com a sobrancelha arqueada e a mais nova segurou um revirar de olhos diante da pergunta idiota.

─ certamente não estou "aqui parada" ─ respondeu fazendo aspas com as mãos ─ por diversão ─ Dahyun observou então os lábios vermelhinhos da outra se curvaram em um sorriso divertido e pequenas ruguinhas se formarem abaixo das pálpebras inferiores. Seus olhos se tornaram dois pequenos risquinhos, abandonando a expressão monótona que ela carregava até então.

A Kim não pôde deixar de reparar em como aquele sorriso combinava com ela.

─ oh, claro que não ─ intercalou então seu olhar entre a morena e as ruas úmidas e a paisagem gélida daquela tarde ─ deixe-me adivinhar... Está sem guarda-chuva?

─ bem, sim ─ decidiu abandonar o sarcasmo, permitindo-se encolher os ombros dentro da jaqueta grossa que usava ─ eu só preciso chegar até o ponto de ônibus, mas parece impossível ─ resmungou frustrada.

─ eu posso te levar até lá ─ Momo ofereceu trazendo o guarda-chuva para o campo de visão da Kim. Sua postura era mais leve do que outrora.

Dahyun em sua situação atual, analisou o guarda-chuva e então o rosto neutro da japonesa.

─ é, tudo bem ─ aceitou por fim, ignorando o sobressalto de seu coração.

O silêncio entre ambas era quebrado apenas pelo som das gotículas de água tocando o chão e o olhar concentrado de Dahyun se atentou ao chamado silencioso da Hirai para que ela se aproximasse mais.

─ você é do time de basquete? ─ a coreana questionou como se não soubesse, tentando puxar assunto de alguma maneira ─ imagino que sim já que está usando uma camisa do time.

Momo, no entanto, apenas lhe lançou um olhar enigmático demais para que Dahyun pudesse enteder e soltou um riso abafado.

─ sou a pivô do time ─ respondeu brevemente ─ responsável por fazer as cestas ─ explicou ao notar a expressão confusa da mais baixa, achando-a terrivelmente adorável daquela maneira. As bochechas coradas bem como a pontinha de seu nariz perfeito.

─ oh...

Quando finalmente chegaram até o ponto de ônibus, nenhuma das duas realmente queria se despedir ali. O motivo para tal ainda era uma incógnita.

─ eu, hm ─ pela primeira desde que se conheceram, Dahyun viu Momo hesitar. Era engraçado ─ queria te pedir desculpas se pareci muito rude ontem. É só que, bem... Esquece.

No momento em que guarda-chuva se abriu novamente, Dahyun notou que a japonesa estava pronta para ir embora. Algo dentro de si a incentivou a responder.

─ não tem problema ─ sua voz não saiu mais alta que um murmúrio. Ainda assim, a mais alta foi capaz de escuta-la ─ talvez possamos começar de novo. Sou Dahyun! ─ sorriu simpática para a garota que se encontrava de costas para si, olhando-a por cima do ombro.

─ que bobeira ─ riu contida ─ até amanhã, Kim.

Olá meus amores!

Vocês conhecem a teoria do guarda-chuva amarelo nos doramas? Bem, o capítulo de hoje foi inspirado nessa teoria!

Não se esqueçam de me dizer o que estão achando. O feedback de vocês é muuuito importante <3

𝗐𝗂𝗌𝗁𝗂𝗇𝗀 𝗈𝗇 𝖺 𝗌𝗍𝖺𝗋 | 𝗱𝗮𝗵𝗺𝗼Onde histórias criam vida. Descubra agora