Gurunga 5

GURUNGA 15 DE 18

Tiririca, Zona Rural de Matinho, 04:04 PM

Milson estava lavando sua motocicleta Honda Fan 125 preta no terreiro de casa quando seu vizinho Willian chegou.

— E aí véi, dando um trato na motoca? — Perguntou Willian —

— É, ônt eu fui na Água Preta e a mota sujô demais. — Explicou Milson —

William sentou-se na calçada da frente da casa, Milson estava esfregando um pano ensaboado nas partes superiores da moto.

— Cadê Simão? — Perguntou Willian —

— Tá pra Matinho — Respondeu Milson —

— Fazên? — Quis saber Willian —

— Foi levá mãe pra fazê um izâm. — Explicou Milson —

Usando uma vassoura sem cabo, Milson começou a esfregar as partes inferiores da moto para remover a lama que estava grudada ali.

— Essa festa da Camiseta foi boa né? — Comentou Willian —

— Foi... deu muita gênt, eu peguei três nega lá... e ocê? — Perguntou Milson —

Milson estava mentindo sobre essa quantidade, a quantidade real era apenas uma.

— Eu fiquei rapidinho mais uma minina da Boa Vista. — Contou Willian —

— Ah... Cê tá divagá demais. — Disse Milson sorrindo —

Willian riu e deu de ombros.

— É, fazê o quê né? Tem dia que a gente tá sem sórt. — Falou Willian —

— Eu tô brincân... já têv festa grand ni Riacho de Santana que eu não peguei ninguém, isso aconteç com todo mund. — Disse Milson —

— É, pió que é vérdád. — Disse Willian —

Milson enxaguou a moto, secou-a com um pano limpo e seco e depois lubrificou a corrente com óleo queimado. Depois do serviço feito, Milson notou que o sol já se aproximava do morro.

— Vumbora ali mais eu buscá o gád na Lagoa da Onça? — Propôs Milson —

— Vumbora! — Aceitou Willian levantando-se —

Os amigos pegaram a estrada que passava de frente à casa de Milson e desceram sentido a Matinho, o percurso era de 3 quilômetros para ir e mais 3 para voltar.

— Môç... essa nôit eu tiv um sônh dôid. — Começou Milson —

Sonho de Milson

-As muié com Pinto-

Milson estava sentado à mesa da cozinha de sua casa tomando café da manhã, ele olha pela janela e vê sua irmã (só existe no sonho) tomando banho ao lada da caixa d'água.

"Caramba, Elizabete é muint mais raçada do que eu."

Pensou Milson.

Elizabete tinha um pênis enorme, o órgão passava dos joelhos da moça. Milson sai ao terreiro e vê sua mãe urinando de pé, o pênis da senhora era tão longo que quase tocava o chão. Milson não se perturba nem um pouco por mulheres possuírem pênis, ele só fica chateado por sua genitália ser muito pequena se comparada à delas.

FIM

— Armaria! — Disse Willian rindo —

— É, o trem é esquisit, é cada tip de sônh dôid que a gênt tem. — Comentou Milson —

— Eu também tiv um sônh mêi esquisit esses dia. — Contou Willian —

Sonho de Willian

-Não pode mudar de Cor-

Willian estava olhando-se no espelho, ele notou que estava com vitiligo, quase metade de sua pele havia adquirido um tom muito claro, mas essa mudança não era bem distribuída, as machas claras estavam espalhadas aleatoriamente por todo o seu corpo. Ao ver o filho, a mãe de Willian surtou, ela apanhou uma enorme faca na cozinha e se pôs a perseguir o filho gritando que não aceitava ter um filho de duas cores. Chorando, Willian fugiu correndo o mais rápido que pôde, mas estranhamente a mulher, mesmo mais velha e acima do peso conseguiu alcançá-lo.

— Pelamor de Deus, mãe! Iss não é culpa minha! — Implorou Willian —

Mas a mulher não teve piedade, ela derrubou o rapaz ao chão, e começou a esfaqueá-lo ferozmente.

FIM

— Crendiospád! Ess é fêi também. — Comentou Milson —