Praça do Forró, Centro de Viaporã, 08:25 PM
Finalmente o dia da Festa da Camiseta Ano 2 chegara, a Praça do Forró estava lotada de gente usando a camiseta amarela e rosa, algumas pessoas a traziam jogada sobre os ombros e outras amarrada ao braço, afinal a camiseta ara apenas um ingresso, algumas mulheres até mesmo faziam modificações em suas camisetas para deixá-las mais de acordo com seus gostos pessoais. No entanto, no momento de passar pelo portão do clube os seguranças iriam averiguar se a camiseta era de fato a verdadeira, pois alguns indivíduos "espertinhos" tentavam ludibriar a segurança amarrando camisetas parecidas aos braços para entrarem sem pagar. Apesar da festa ser no Clube Água Bonita, era comum as pessoas se reunirem mais cedo na Praça do Forró e só mais tarde subirem para o local do evento.
Simão, Milson, Jardel e Leonardo desciam juntos para a Praça do Forró, os primos estavam bem aprumados, usavam suas melhores roupas e calçados, os cabelos estavam arrumados também, cada um à sua maneira.
— Ôh, Mils, cê num vai chumbá e dá trabái hôj não, viu! — Advertiu Simão com seu jeito único de falar, nunca se sabia se ele estava debochando ou falando sério —
Milson fez seu tradicional "ARH" para demonstrar desprezo pelo que o irmão estava dizendo. O Quarteto passou perto de uma velha Kombi branca equipada com uma potente aparelhagem de som, aquele era o ponto de encontro de um pessoal que apreciava fervorosamente a arte da dança.
— Eu vô dá uma ideia naquela morenona de branco pra você, Mils. — Disse Simão —
Milson rapidamente percebeu de quem o irmão estava a falar.
— Eu tô achân que é ocê que tá interessád. — Comentou Milson com desprezo —
O nome da "morenona" de branco era Gabriel, ele/ela era um/uma travesti, Gabriel usava um vestido branco curto e justo. Ao lado de Gabriel estava Bento, tal qual Gabriel, Bento também era travesti, ele/ela trajava uma blusa rosa e uma saia da mesma cor. As/os travestis dançavam freneticamente rodopiando seus longos cabelos pretos ao lado do som automotivo. Os primos seguiram caminhando lentamente para o interior da praça.
— Nóis vai tomá uma naônd? Ni Celino ô ni ôt lugá? — Quis saber Milson —
— É mió nóis tomá uma por aqui mêrm, é bom pra vê o movimento. — Comentou Simão —
— Celino é gente boa e tudo, mas tem hora que aparece um pessoal meio encrenqueiro por lá. — Disse Jardel —
— Pior que é mesmo. — Falou Leonardo —
Eles sentaram-se em um grupo de cadeiras de plástico brancas ao redor de uma mesa do mesmo material e cor, logo um funcionário do quiosque veio atendê-los. O pedido foi uma garrafa de vodca Natasha e 2 litros de Coca-Cola com gelo e limão.
— Vai lá Milson, serve aí pra gente. — Disse Jardel —
Milson deu um leve sorriso de canto de boca e abriu a garrafa de vodca e começou a despejar a quantidades solicitadas por cada um, depois ele completou os copos com Coca-Cola.
"Será que Milson vai endoidar hoje?"
Pensou Leonardo enquanto observava o primo tomar sua bebida.
"Simão já veio num bocado de festas com esse mesmo tênis desgastado... ele podia comprar outro, dinheiro para isso eu sei que ele tem."
Pensou Jardel.
"Que disgrama... tá mim dano uma vontade de cagar."
Pensou Milson.
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Gurunga 5
General FictionAcesse esse link para consultar o dicionário da Gurunga https://rangeloblivion.blogspot.com/2020/06/dicioario-da-gurunga.html Baseado em eventos reais NOTA DO AUTOR Este é o quinto livro da série Histórias da Gurunga, essa obra existe para a preserv...