Cana Brava, Zona Rural de Viaporã, 06:17 AM
Ao levantar pela manhã, Marieta notou que a mãe já estava acordada e estava na cozinha fazendo beiju.
— Mãínha...? A senhora tá melhó hoje? — Perguntou Marieta ainda esfregando os olhos para espantar o sono —
— Tô sim, minha fia, graças a Deus. — Disse a mulher sorrindo —
Marieta sentou-se à mesa e sua mãe a serviu um beiju recém feito, a moça começou a comer.
— Marieta... — Falou Zulmira —
Marieta que estava olhando para o prato de vidro marrom onde comia seu beiju voltou o olhar para a mãe, a mulher estava junto à pia de costas para a filha.
— O que foi, mãínha? — Perguntou Marieta —
Zulmira demorou um momento para responder, respirou fundo e falou.
— Eu não sei o que eu vô fazê com você, menina... — Começou Zulmira —
Nesse instante Marieta sentiu um intenso calafrio em seu corpo, ela ficou trêmula.
— A se-senhora tá-tá falân do quê? — Gaguejou Marieta —
— RAPARIGA! MINHA FIA É UMA RAPARIGA! — Berrou Zulmira dando socos na pia de inox com ambas as mãos em forma de martelo.
Os olhos de Marieta encheram-se de lagrimas imediatamente, um nó se formou em sua garganta, ela não conseguiu dizer nada. Zulmira virou-se para encarar a filha, nesse instante Marieta levantou-se e se afastou da mãe. O rosto de Zulmira estava muito medonho, manchas arroxeadas em toda a face, olheiras escuras e inchadas, olhos muito vascularizados, vermelhos e com aspecto vidrado.
— JÁ QUE CÊ GOSTA TANTO DE ABRI AS PERNAS PRA QUALQUÉ UM... EU VÔ MATÁ SEU VICIO COM ISSO AQUI! — Esbravejou a mãe pegando um porrete de madeira áspera de 1.5 metros de comprimento e 60 centímetros de espessura —
Marieta foi tentar correr, mas tropeçou nos próprios pés, ao tentar se pôr de pé novamente sentiu a mão da mãe lhe agarrar pelos cabelos.
— NÃO! ME LARGA! — Gritou Marieta —
Zulmira golpeou a cabeça da filha com o porrete, a menina caiu tonta no piso da cozinha, sangue escorria por sua testa, Zulmira começou a rasgar a roupa da filha até deixa-la completamente nua.
— EU VÔ MATÁ SEU VICIO AGORA SUA PUTINHA! — Bradou Zulmira —
A mulher introduziu o pedaço de pau com violência na vagina da filha, Marieta sentiu a madeira áspera lhe rasgar por dentro, sangue jogou abundantemente, Marieta chorou e gritou em agonia.
— O que foi menina? Que gritaria é essa? — Perguntou Zulmira parada à porta do quarto de Marieta —
Marieta abriu os olhos e fitou a mãe com olhos arregalados, o rosto dela estava como sempre foi e ela não carregava nenhum pedaço de madeira nas mãos.
— Eu tava sonhân... um trem ruim. — Disse Marieta ainda atordoada pela terrível experiência onírica —
— Vai lóg lavar o rosto, eu fiz beiju, tem que cumê lóg se não fica ruim. — Disse a mãe —
— Já vô. — Disse a filha —
Ao jogar o cobertor de lado Marieta notou que sua roupa intima estava manchada de sangue, por um breve instante ela se apavorou, mas logo se acalmou ao perceber que aquele sangue era apenas devido a sua menstruação.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Gurunga 5
Ficción GeneralAcesse esse link para consultar o dicionário da Gurunga https://rangeloblivion.blogspot.com/2020/06/dicioario-da-gurunga.html Baseado em eventos reais NOTA DO AUTOR Este é o quinto livro da série Histórias da Gurunga, essa obra existe para a preserv...