GURUNGA 4 DE 18

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Cana Brava, Zona Rural de Viaporã, 11:00 AM

Marieta de Zulmira, 15 anos, 1.65 de altura, físico esguio, pele morena clara, cabelos castanhos escuros. A jovem entra no estabelecimento comercial de propriedade de Evangelista de Zé Encascorado, ela sente um alívio ao notar que não havia ninguém no bar além do dono. Marieta se incomodava sempre que entrava ali e era encarada por velhos pervertidos que lhe devoravam com o olhar.

— Boa tárd Seu Evangelista. — Saudou a moça —

— Boa tárd minina. O quê que cê manda? — Perguntou o proprietário —

— Um lit de pinga da Betana e uma bulacha recheada de morango. —

Respondeu ela pondo uma garrafa vazia de vidro claro e fechada com uma rolha sobre o balcão —

— Certo. — Falou Evangelista recolhendo a garrafa vazia e a guardando num engradado atrás do balcão —

O dono do bar retirou uma garrafa de cachaça da prateleira e a colocou dentro de duas sacolas para evitar acidentes, Marieta recebeu a mercadoria, despediu-se e retornou para sua casa. Ao chegar lá, a moça guardou a bebida da mãe num armário da cozinha e retomou o preparo do almoço, sua mãe estava em Caetité fazendo um tratamento para cirrose hepática. A situação financeira de Marieta e sua mãe não era nada boa, elas sobreviviam com ajuda de parentes e com um singelo auxílio do governo. O pai de Marieta desaparecera havia 8 anos, não se sabia se estava vivo ou morto. Por volta de 01:00 da tarde Zulmira chegou em casa caminhando com dificuldade e reclamando de mal-estar, Zulmira foi direto deitar-se para aliviar a tontura e o enjoo que estava sentindo. Mais tarde, Marieta foi até o quarto da mãe para insistir que ela comesse um pouco, Zulmira disse que não tinha fome, mas acabou se forçando a comer uma pequena quantidade, o almoço consistia em: feijão de arranca, arroz e mortadela frita. Marieta deixou a mãe comendo e foi para a escola.

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