GURUNGA 9 DE 18

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Cana Brava, Zona Rural de Viaporã, 03:07 PM

Marieta observava a mãe deitada na velha cama de casal, a barriga da mulher estava enorme, mas não se tratava de gordura, tampouco gravidez, era estágio avançado de cirrose hepática. A garrafa de cachaça estava encostada na parede, junto ao pé da cama, à essa altura mais da metade de seu conteúdo já havia sido consumido. Zulmira se mexeu enquanto dormia e sua blusa subiu exibindo a pele avermelhada e repleta de estrias de seu abdômen, naquele instante Marieta se enojou da própria mãe... uma horrível sensação de culpa e raiva tomou conta da menina, não suportando mais ficar ali, ela saiu sem rumo.

A moça desnorteada acabou por chegar a um velho Tamboril parcialmente morto, ela sentou-se numa das raízes da velha árvore e ficou a observar as nuvens se deslocando vagarosamente no céu. Marieta sentiu que devia chorar, porem nem uma lagrima saía de seus olhos.

"Mais que disgraça... será que cachaça é tão boa assim? Vale a pena morrer por causa diss?"

Marieta ficou ali por bastante tempo, depois que suas nádegas começas a doer devido a dureza da raiz ela levantou-se e retornou para casa.

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