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Gustav:

Depois do encontro na feira de adoção meu dia passou voando, arrumei as coisas da gatinha, que chamei de Oreo, e ela já se sente a dona da casa, fiquei feliz de ela não ter tido nenhum conflito com mussarela, ele é um cachorro bem dócil e brincalhão, diferente do que as pessoas pensam Pitbulls bem criados são cachorros muito tranquilos e amáveis. São quase 19 horas quando meu celular toca, vejo que é meu amigo Henrique e atendo logo.

“Eai, tem compromisso pra hoje?” - ele pergunta logo de cara com o entusiasmo de sempre na voz.

— Não, nada em especial.

“Vamos no Way to Hell hoje, quero ir lá mas aquele lugar me da medo de ir sem você.” - dou risada dele, Henrique é muito divertido, é um amigo de anos e somos muito próximos.

— Vamos sim, que horas? - ele da uma risada suspeita.

“É que assim… Eu já estou no seu portão.” - vou até a janela e o vejo lá, assim que ele me vê o observando acena com a mão e ouço sua risada pelo telefone.

— Me espera aí cinco minutos. - corro para me trocar, coloco uma calça jeans preta, coturno, camisa branca e minha jaqueta de couro que é uma relíquia, passo um perfume e saio para encontrar Henrique.

— Tá bonitão, vai arrasar corações hoje? - me pergunta assim que nos abraçamos. Apenas riu e não respondo.

Subimos na moto e vamos a caminho do Way to Hell.

                                ° ° ° °

Assim que cheguei pedi meu whisky de sempre, Lucas me serviu uma dose tripla que eu virei de uma vez, batendo no copo na bancada e rindo, até que me viro e a vejo lá, extremamente linda, a mulher que ocupou minha mente o dia todo, ela vem andando em minha direção e meu coração acelera, mas para minha decepção ela não veio para falar comigo, quem fala é a loira.

— Eai lindo. - ela diz com sua voz fina e irritante. Não quero falar com ela, por que a atendente não veio falar comigo ao invés dela? Me esquivo quando a loira tenta me tocar e não desvio os olhos da atendente, que também parece não querer tirar os olhos dos meus.

Até que Henrique aparece, eles se cumprimentam e abraçam, parecendo grandes amigos, desde quando ele a conhece? Eles se abraçam e beijam na bochecha e eu não consigo evitar virar de costar para a cena, uma pontada lateja no meu peito e eu peço mais uma dose tripla, queria estar abraçando ela daquela forma… 

O resto da noite foi a pior possível, Henrique monopolizou a atendente a noite toda e eu não consegui trocar uma palavra _mesmo que eu quisesse, sei que sou muito tímido pra isso, mas talvez, a bebida ajudasse_ se quer com ela, mesmo eles tendo sentado ao meu lado falavam apenas um com o outro, em compensação a loira, que agora eu sei que se chama Juliana, não saiu do meu lado a noite toda, e em algum momento depois de ter passado da minha décima quinta dose eu comecei a conversar com ela também, falamos de trabalho, relacionamento, eu um pouco bêbado e ela mal conseguindo se manter sentada no banco.

Por volta da meia noite eu me levantei para ir embora até que Henrique veio caminhando com a atendente em minha direção.

— Gustav, essa é minha amiga Erica. - ele diz assim que chega perto de mim, e eu praticamente congelo no lugar.

Meetings and DisagreementOnde histórias criam vida. Descubra agora