Gustav:
Chegamos ao prédio onde Erica mora e subimos as escadas, mas quando chegamos até o andar onde ela mora nos surpreendemos ao ver a porta escancarada, ao olharmos dentro do apartamento vemos tudo revirado.
- KIWI! - gritou Erica correndo porta a dentro e olhando em volta.
A calopsita gordinha saiu de debaixo da gaiola toda amassada, ao me ver voou na minha direção como se quisesse me atacar, mas em pleno voo caiu em cima do sofá, como se estivesse fraca e machucada demais para voar.
- Kiwi! - ela correu até a passarinha e a pegou nas mãos, as lágrimas correndo pelo rosto enquanto abraçava a ave aparentemente desacordada.
- Calma, vamos levar ela no veterinário rápido. - eu disse segurando Erica pelos ombros e a guiando pra fora dali.
Corremos para o carro e eu fui dirigindo a toda velocidade para a clínica veterinária mais próxima. Ao chegar lá corremos para dentro.
- Eu preciso de ajuda urgente! - Erica gritou assim que entramos, uma médica que estava na recepção logo nos atendeu e pegou Kiwi nas mãos, a levando para ser examinada.
Assim que a veterinária entrou para a sala Erica sentou em uma cadeira da recepção e começou a chorar, eu corri para abraça-la e ela me agarrou de volta, tremendo em meus braços.
- Eu não sei o porquê disso estar acontecendo comigo, por que alguém faria isso? O que de tão ruim eu fiz para merecer isso tudo acontecendo comigo? - ela diz enquanto chora sem parar.
- Você não fez nada meu bem, eu vou descobrir o que está acontecendo, vou te ajudar, você não precisa mais se preocupar com nada. - depois de minutos chorando ela finalmente para e a recepcionista da clínica nos trás dois copos de água. - Obrigado. - digo por nós dois.
- Não gostariam de fazer o cadastro da calopsita agora que já se acalmaram? Eu sei que deve ser uma situação difícil mas é o procedimento padrão. - nos levantamos e vamos até a mesa da recepção.
A recepcionista entrega uma ficha e Erica começa a preencher com o nome completo, dados de identidade e dados do animal, mas eu vejo que ela para quando chega o momento de preencher a forma de pagamento, ela provavelmente não está financeiramente preparada para os gastos que virão com o tratamento da Kiwi.
- Me deixa cuidar disso. - eu digo pedindo a caneta para preencher.
- Eu posso cuidar disso, é minha responsabilidade. - ela fala para mim, vendo o motivo de eu ter oferecido ajuda.
- Eu sei que você consegue, mas eu quero te ajudar, me deixa fazer isso, por favor. - eu peço e ela apenas concorda com a cabeça, então eu termino de preencher a ficha com meus dados bancários e devolvo para a recepcionista.
Depois disso nos sentamos de novo e eu volto a abraçar Erica, sinto a dor dela como se fosse a minha, bate fundo no meu peito. Mas eu preciso ser forte por ela, vou resolver essa situação, começando pelo apartamento.
- Meu bem, eu vou até o apartamento ver como estão as coisas. - digo já me levantando.
- Eu vou junto. - ela se tenta se levantar mas eu a impeço.
- Não, fique aqui, você precisa estar aqui para o parecer médico da Kiwi, e eu disse que cuidaria de tudo pra você, só me deixe resolver um pouco dos seus problemas e se preocupe com a sua calopsita. - ela me abraça mais uma vez e volta a sentar no banco.
Saio da clínica e volto o mais rápido que posso para o prédio, subo os degraus de dois em dois e quando chego até o andar onde ela mora eu vejo um homem, na casa dos cinquenta, parado em frente a porta olhando embasbacado para a bagunça do local.

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Meetings and Disagreement
RomanceEle é um cara introvertido que não tem simpatia como uma das suas qualidades por conta da sua timidez. Ela é uma mulher jovem, comunicativa e educada. Eles vivem se encontrando por acaso e ambos não querem admitir para si mesmo que existe uma conexã...