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Gustav:

Chegamos a praia e eu apresento a Erica a todos os caras, felizmente todos eles são muito simpáticos com ela _pelo bem deles_.
Levo ela até o quarto e vou para o meu, que fica ao lado, deixo minhas coisas e me troco rapidamente, coloco uma bermuda preta que fica no meio da coxa, chinelos e uma quantidade exorbitante de protetor solar, já que sou um completo palmito e mesmo passando essa quantidade agora, daqui a duas horas vou ter que passar ainda mais. Desço para a rua e encontro Erica conversando com os caras, um deles vem me cumprimentar e diz.

- A sua amiga tá gatona em! Com todo respeito, é claro. - o olho com raiva _quem é ele para falar assim dela?_ resolvo não falar nada.

- É... Bem, estão todos prontos? - digo por fim, encerrando o assunto. Nos colocamos a andar e eu fico ao lado dela, os cabelos brilhantes sob o sol forte e as curvas mais expostas que nunca, não consigo não admirar _senhor, essa mulher..._ - Você está muito bonita. - digo só para ela ouvir, não consigo controlar o impulso de a elogiar, estou tomando gosto por isso.

...

Chegamos a praia e comemos. O clima está muito bom, conversa animada, bebida e esses velhos loucos que parecem adolescentes. Em um momento Erica se levanta para ir dar um mergulho, ela tira a tanga e vai andando até o mar, eu a admiro até seu corpo sumir na água _que mulher_. Mas então os comentários desnecessários começam.

— Gusta tá estourado.  — fala um dos caras.

— Não consegue parar de encarar, é o amor mesmo. - todos riem e eu fico envergonhado.

— Perguntei se ela tinha irmã e ela disse que não, mas talvez ela tenha mãe. - todos riem e eu tendo achar graça nas piadas e deixar de lado esse ciúmes que sinto.

— Mas você tem que reagir e deixar de lado essa amizade, transformar em algo mais, uma mulher dessa - ele faz o formato de um violão com as mãos — É raro hoje em dia. - fico vermelho de raiva e bebo mais um pouco da minha caipirinha, eu sei que não deveria me incomodar com esses comentários mas não consigo deixar pra lá.

Ela logo volta e eu me distraiu com as brincadeiras e apostas ridículas, até que a vejo tensa ao meu lado, olhando em volta como se procurasse alguém, também percebi que ela ficou um pouco pálida. Quando pergunto sobre, ela mente e desconversa, decido não pressionar, mesmo que me deixe um pouco triste, não é da minha conta.

...

O dia passa rápido, já é quase meia noite quando saímos do bar pós praia, preciso de um banho e uma loção pós sol urgente, mesmo retocando meus litros de protetor solar minha pele arde nos ombros e nariz, estou tirando a roupa quando alguém bate na porta, me visto de novo e abro, é Érica.

— Aconteceu alguma coisa? - pergunto vendo seu desespero.

— Tem alguém me perseguindo. - ela diz, em seguida conta toda a história, mostrando as mensagens e a foto. — Estou com medo, não queria me sentir assim, mas não sei quem é essa pessoa e o que ela pode fazer. E se não for só uma brincadeira?

Vamos para o quarto dela e ela me pede para ficar até ela dormir, então ela toma banho e em seguida eu tomo um banho rápido e passo minha loção, sento no chão ao lado dela e acaricio suas costas delicadas, ela realmente está com muito medo _se eu pegar esse cara ele só sai de ambulância_. Assim que ela dorme me levanto e vou até a varanda, olho atentamente em volta e não vejo ninguém _o filho da puta estava observando ela enquanto ela estava no quarto, ele também estava na praia, na pior das hipóteses ele nos seguiu até aqui_ . Saio do prédio e vou até a rua, dou uma volta no quarteirão mas não vejo ninguém, então desisto de procurar e volto para o quarto dela, que ainda dorme profundamente, me sento encostado na parede ao lado da cama e a observo dormir, acho que não vou pregar o olho essa noite.
Depois de longos minutos eu me levanto, já são uma da manhã mas acho que o Lucas ainda está acordado. Bato na porta do quarto dele, que se abre poucos segundos depois.

Meetings and DisagreementOnde histórias criam vida. Descubra agora