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Erica:

- Ulisses - chamo meu irmão assim que o Gustav sai - é a última vez que quero ver você tratando ele dessa forma.

- Eu só quero te proteger - ele fala ficando de frente para mim

- Eu sei. Já não sou mais aquela Erica, eu mudei, meus pensamentos mudaram. Agradeço pela sua preocupação, mas acredite em mim quando digo que não precisa se preocupar, o Gustav me trata bem, me faz sentir bem. - ele suspira e balança a cabeça de forma positiva

- Ok. Acredito em você! Só que não irei deixar de cuidar de você e vou ficar de olho nele, qualquer sinal de segundas intenções, eu darei um jeito nele. - ele beija a minha testa - Agora tenho que ir, só vou escovar meus dentes. - concordo e ele vai caminhado para o seu quarto.

Meu celular toca e vejo a mensagem da veterinária me autorizando ir buscar a kiwi. Arrumo as coisas na cozinha e vou para o meu quarto tomar um banho.

° ° °

Depois de sair do banho, coloco uma blusa de lã cor creme, uma calça jeans preta e uma bota de couro. Pego meus documentos e quando estou perto de sair meu pé bate em algo, olho para a direção e vejo uma carteira.

_hmm, a carteira do Gustav. É uma boa desculpa para ir na casa dele_

Entro no carro do meu irmão e mando mensagem para o Gustav, dizendo que irei passar na casa dele e depois no veterinário, mas ele não responde rápido como de costume, deve estar trabalhando, vou só colocar a carteira por dentro da janela ou algo assim e ir embora em seguida, ou talvez a diarista esteja em casa, melhor bater na porta antes de deixar a carteira em qualquer lugar.

° ° °
Chego na casa dele e estaciono o carro, antes de sair verifico meu celular para ter certeza se o Gustav respondeu e nada. Vou em direção a porta e penso em ligar para ele, mas escuto um barulho vindo de dentro de casa, bato na porta mas ela se abre um pouco.

- Gustav? - chamo entrando devagar na casa e consigo ouvir o barulho com mais clareza, é alguém chorando baixo e falando algo. Não vejo mussarela e nem oreo, o que achei estranho. Entro na cozinha, da onde vem o barulho e vejo uma mulher abaixada no chão limpando algo - Oi... o Gustav está em casa? - a mulher olha para mim com ódio nos olhos.

- Meu filho? - ela levanta devagar e com cara de desdém - Não, ele não está em casa. - o sotaque dela é mais forte do que o do Gustav, quase incompreensível.

- Obrigada. Eu volto depois. - viro em direção da saida.

- Espera. Quem é você? - paro de andar e viro para ela.

- Sou Erica.

- É namorada do meu filho?

- Não - respondo firme e meu peito dói com essa afirmação.

- Hm, que bom. Jamais deixaria ele namorar com alguém como você. - ela fala com deboche, como se tivesse algum direito, não sei a história completa mas sei que essa mulher foi o diabo na vida do Gus, não merece chamar ele de filho.

- Como eu?

- Sim, você não chega ao nível de alguém boa o suficiente para ele.

- E por que não? - ela ri e joga o pano sujo nos meus pés.

- Ah, querida, você não vai querer saber.

- É óbvio que eu quero. - respondo com desprezo e nojo.

- Você é gorda, feia e tem cara de ser muito pobre. - a voz dela não falha enquanto fala e vejo um sorriso surgindo no rosto dela. Eu preciso respirar fundo para não perder o controle.

Meetings and DisagreementOnde histórias criam vida. Descubra agora