É uma ordem

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✧☆∵✧☆

— Tudo bem, jovem Wang?

Yibo sentia como se a água do chuveiro ainda escorresse por seu corpo, deixando seu cabelo escorrer pelo pescoço e continuar pelas costas firmes.

Naquela manhã havia dormido bem e agora se encontrava sentado sozinho à mesa, enquanto seus cabelos negros se encarregavam de umedecer o rosto e parte da camiseta branca estampada que adquirira na França em uma de suas últimas viagens ao exterior. Ele pegou algumas frutas cortadas e as colocou na boca, depois despejou a água com cubos de gelo sem fim.

Ele sempre teve que comer esse tipo de coisa no café da manhã.

— Acho que sim — observou como a velha se preparava para limpar o quarto — Meus pais já saíram, né?

A pequena mulher continuou seu trabalho sem olhá-lo nos olhos.

— Seus pais partiram esta manhã e sua irmã também, embora ela tenha dito que não demoraria a voltar.

— E o que aconteceu com todo o pessoal? Eu não vejo ninguém, eles estão tirando o dia de folga?

— Sua mãe está nos dando o fim de semana de folga novamente, jovem Wang. Só Zhan e eu ficamos na casa.

Yibo abandonou as frutas e começou a verificar todas as suas novas mensagens. Havia mais cinquenta mensagens, mas todas eram mais da mesma merda.

— Zhan? — questionou, movendo os dedos na tela de seu Iphone.

— Sim, o bom e querido Zhan também não queria ir embora, porque é difícil para ele voltar para sua província e é melhor ele estar aqui...

Ela havia dito "bom", então não havia dúvida de quem ele era. Estavam falando da mesma pessoa.

— Zhan está aqui então?

Ele deslizou um cubo de gelo do copo para a boca, pegando-o entre os dentes.

— Sim, Zhan está aqui em casa.

— E o que está fazendo agora? Eu não o vejo muito por aqui, ele só se encarrega de lavar a louça ou o quê?

Pratos. Apenas mencioná-los o fez lembrar o que aconteceu no dia anterior. O gelo ardeu em sua garganta e ele não pôde deixar de tossir, para o inferno com a porra do gelo!

— Não, ele cuida de tudo também... agora ele está arrumando na biblioteca do senhor.

— Nossa, quanto trabalho — levantou-se da cadeira, alongando os músculos o máximo possível — Sabe, vou ter uma reunião hoje à noite, só queria avisar.

Ele colocou outro cubo de gelo nos lábios, sentindo-o derreter na língua, e então saiu da sala de jantar, indo para o quarto. Ele poderia dar o fora de casa, desaparecer o dia todo, e aproveitar cada pedacinho disso, mas ele realmente não se sentia assim. No fim das contas, a casa voltou a ser toda dele, então era melhor esperar os outros chegarem do que ele mesmo ir procurá-los. Além disso, certamente os amigos que ele tinha como companheiros de caça, sexo e bebida logo perturbariam sua paz de espírito, então ele teria que aproveitar ao máximo a pouca solidão que lhe restava.

Ele estava prestes a entrar em seu quarto, mas preferiu mudar de rumo e seguir em direção à escada oposta, pulando cinco degraus de uma só vez e mordendo o polegar ao aterrissar no longo corredor nos fundos de sua maldita mansão.

Ele deu alguns passos à frente, enquanto seu olhar percorria as paredes brancas e os cômodos fechados daquela longa passagem. Fazia muito tempo desde a última vez que ele esteve por perto. Na verdade, ele não dava a mínima para nada lá dentro, porque não era álcool ou algo assim.

When we first meet:  Quando nos encontramos pela primeira vezOnde histórias criam vida. Descubra agora